A tentativa da Jaguar de se reinventar em 2024 está longe de ter sido discreta — e agora ganhou até um novo e ruidoso capítulo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou suas redes para atacar a marca britânica por conta da controversa campanha de rebranding lançada no ano passado.
Segundo ele, a ação foi “acordada e estúpida” e teria contribuído diretamente para a saída do CEO da empresa.
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Trump fez a declaração em sua rede Truth Social, contrastando uma campanha americana da marca de jeans American Eagle com a estrelada por Sydney Sweeney — que muitos criticaram por exaltar uma suposta “América branca” — com o vídeo da Jaguar, que foi multicultural, moderno, mas, curiosamente, sem mostrar nenhum carro.
“Jaguar fez uma propaganda estúpida, totalmente WOKE, que foi um DESASTRE TOTAL! O CEO acaba de renunciar em desgraça e a empresa está em total turbulência. Quem quer comprar um Jaguar depois de ver aquilo?”, escreveu o presidente.
A crítica veio no mesmo momento em que a JLR (Jaguar Land Rover) anunciou oficialmente seu novo CEO: PB Balaji.
Com mais de três décadas de experiência em finanças e bens de consumo, ele era diretor financeiro da Tata, dona da JLR, desde 2017. Agora, assume o lugar de Adrian Mardell, que se aposenta após 35 anos na empresa, sendo os últimos três como CEO.
Embora a JLR diga que a saída de Mardell é uma aposentadoria programada, o momento alimenta especulações. Afinal, foi sob seu comando que a Jaguar lançou a polêmica campanha publicitária, parte de uma tentativa de se reposicionar como uma marca de luxo elétrico mais moderna.
A peça foi criticada por muitos por não apresentar nenhum carro, mas, ao mesmo tempo, atraiu grande visibilidade para a marca e serviu como introdução para um novo conceito de EV revelado logo depois.
Apesar das críticas, Mardell sempre defendeu a nova abordagem e chegou a afirmar que não se incomodava em perder antigos clientes se isso significasse atrair um novo público.
“A Jaguar não está tentando ser woke, mas está em transformação”, disse ele em entrevista anterior.
PB Balaji, agora à frente da operação, assume o comando em meio a essa tempestade.
“É um privilégio liderar essa empresa incrível. Nestes últimos oito anos, aprendi a amar a companhia e suas marcas globais formidáveis. Quero levar a JLR a patamares ainda maiores”, declarou em sua nomeação.
Se a crise da Jaguar foi um tropeço ousado ou apenas o preço de se reinventar em um mercado cada vez mais polarizado, ainda veremos. Mas com Trump no megafone e um novo CEO no volante, a estrada à frente promete ser tudo, menos silenciosa.
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