Donald Trump já montou sua equipe de trabalho para lidar com os automóveis e comerciais leves no mercado americano e já disse que uma de suas primeiras ações é cumprir uma promessa de campanha, eliminar o crédito para carros elétricos.
Liderado pelo magnata do petróleo e gás Harold Hamm e pelo governador de Dakota do Norte Doug Burgum, o comitê do futuro governo Trump trabalha para dar um fim ao crédito de US$ 7.500 para compra de carros elétricos nos EUA.
O fim do crédito é uma das ações voltadas para desencorajar a compra de carros elétricos e de combustíveis alternativos, em detrimento de mais investimentos em produção nacional de petróleo, segundo o GM Authority.
Trump quer inverter a política verde do atual governo, revogando políticas que beneficiam tais veículos em prol de mais motores a combustão e mais gasolina disponível para o comprador americano.
Sem o crédito que hoje faz parte da Lei de Combate à Inflação, o mercado automotivo americano terá um grande impacto nas vendas de carros eletrificados que se beneficiam do bônus federal, responsável por parte da manutenção das vendas internas.
As montadoras americanas defendem o crédito para facilitar o acesso ao carro elétrico, porém, os preços nos EUA estão tão altos que nenhum deles se tornou de fato acessível e isso impactará empresas como a General Motors.
A GM desenvolveu uma linha de carros elétricos grandes e agora terá de adaptá-la para híbridos plug-in. Ela também falhou em não colocar um carro elétrico barato no mercado.
Já a Tesla apoia a ideia do fim do crédito, mesmo sabendo que suas vendas cairão, mas seu objetivo é atingir os fabricantes de Detroit. Musk parece ter um plano para manter a sustentabilidade da marca num mercado sem créditos especiais.
Ainda que a política de Trump seja voltada aos combustíveis fósseis, a Tesla pode se beneficiar da proximidade de Musk com o próximo presidente.
Além disso, Elon já disse que poderia até trabalhar sem lucro na venda de carros, sustentando a empresa apenas com os serviços de bordo.
Já as concorrentes de Michigan perderão bilhões de dólares com a mudança, exceto se encontrarem meios alternativos para manter a oferta de elétricos.
Uma saída provável para as Big Three seria inverter a ordem da coisa. Se Trump quer aumentar os preços dos carros elétricos, as montadoras acabariam também aumentando os preços dos carros a gasolina, em especial das picapes, que já estão bem caras.
Elas sustentariam, como já acontece, a manutenção de preços dos carros elétricos e evitariam prejuízos ainda maiores para os fabricantes de Michigan, que continuam a acreditar no carro elétrico e numa agenda mais limpa em 2035.
Contra isso, o novo governo americano não teria o que fazer e, no final das contas, quem pagaria pela oferta de elétricos seriam os próprios consumidores. Pelo menos, nesse caso, o contribuinte americano, na totalidade, não arcaria com esse ônus.
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