
Enquanto muitos investidores debatem se as ações de empresas de inteligência artificial estão inflacionadas, a Uber segue em outra direção: adotando a tecnologia de forma prática, em larga escala e colhendo benefícios financeiros reais.
Em entrevista ao podcast On with Kara Swisher, o CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, afirmou que a inteligência artificial já gerou “centenas de milhões de dólares” em valor para a companhia.
Segundo ele, o foco da Uber não está nas promessas futuristas, mas sim no uso prático da IA dentro de seus produtos e operações diárias.
Ele cita como exemplo simples o algoritmo que decide o que mostrar ao cliente no Uber Eats depois que ele escolhe uma caixa de leite vegetal.
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Para Khosrowshahi, os modelos de IA atuais são “enormemente mais eficazes” do que as gerações anteriores, e já estão otimizando desde precificação e roteamento até atendimento ao cliente e identificação de falhas técnicas.
Hoje, entre 80% e 90% dos desenvolvedores da empresa utilizam ferramentas de IA no dia a dia.
A tecnologia também mudou a forma como a empresa lida com problemas técnicos: em vez de escalar equipes inteiras de engenheiros para identificar bugs ou falhas em sistemas, agentes de IA agora monitoram os sistemas constantemente e auxiliam no diagnóstico.
“Agora o humano apenas supervisiona o que o agente de IA está fazendo”, explicou o CEO.
Embora outras empresas de tecnologia vejam a IA como uma oportunidade para cortar equipes e enxugar custos, a Uber optou pelo caminho oposto.
Para Khosrowshahi, engenheiros agora se tornaram “super-humanos”, pois produzem mais, com mais qualidade e agilidade.
“Na verdade, estamos contratando mais engenheiros, porque cada um ficou mais valioso para mim”, afirmou.
Ele também comentou sobre a parceria com empresas de carros autônomos, como a Waymo.
Khosrowshahi observa que os veículos sem motorista estão ganhando aceitação entre os usuários da plataforma, em parte por oferecerem privacidade — algo que muitos passageiros valorizam.
Enquanto alguns gostam de conversar com motoristas, outros preferem a tranquilidade de uma viagem silenciosa.
No cenário futuro imaginado pela Uber, os carros autônomos serão financiados por investidores do mesmo modo que grandes fundos hoje bancam data centers e compram chips da Nvidia.
Assim como a rede hoteleira Marriott opera com modelos de franquia e gestão sem precisar possuir os hotéis, a Uber quer administrar o ecossistema dos carros autônomos sem ser dona da frota.
O papel da empresa, nesse caso, seria fornecer a plataforma, os clientes e o acesso — o que pode tornar o modelo altamente escalável.
Apesar das dúvidas de investidores sobre o ritmo acelerado dos investimentos em IA, a Uber se posiciona como uma empresa de “IA aplicada”, e não apenas como uma empresa de mobilidade.
Com ganhos concretos e integração em praticamente todas as áreas, a Uber mostra que, ao menos para ela, a IA está longe de ser uma bolha — e cada vez mais se mostra uma vantagem competitiva.
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