
A Uber anunciou uma nova frente de atuação que pode transformar completamente a rotina dos seus motoristas e entregadores.
A empresa pretende começar a oferecer tarefas digitais pagas por meio do próprio aplicativo, permitindo que os trabalhadores da plataforma ganhem dinheiro mesmo quando não estão transportando passageiros ou entregando pedidos.
Segundo o CEO Dara Khosrowshahi, a novidade faz parte de um projeto piloto liderado pelo grupo interno de Soluções de IA da Uber.
A proposta é permitir que motoristas realizem pequenas atividades online, como enviar fotos ou gravar áudios com frases específicas para alimentar e treinar modelos de inteligência artificial.
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A ideia foi inspirada em programas semelhantes já testados na Índia e em plataformas como Amazon Mechanical Turk ou Upwork, especializadas em microtarefas digitais.
Essas tarefas, de acordo com a empresa, não têm nenhuma relação com o desenvolvimento de carros autônomos ou parcerias envolvendo veículos sem motorista.
O foco está em projetos de IA mais amplos, embora a Uber não revele quem são os clientes finais ou como os dados serão utilizados.
O modelo funciona de maneira simples: o motorista acessa o app e pode visualizar tarefas disponíveis com uma estimativa do tempo necessário e do valor pago.
Cada atividade terá um valor variável de acordo com sua complexidade. Exemplos incluem gravar frases em diferentes idiomas ou sotaques e subir imagens que ajudem na construção de bancos de dados para IA.

A novidade foi revelada durante a conferência “Only on Uber 2025”, em Washington, D.C., onde a empresa também anunciou outras medidas com foco na experiência dos motoristas.
Entre elas está a expansão do recurso de preferência por passageiras mulheres, agora disponível em cidades como Seattle, Portland, Washington, D.C., entre outras.
Outra funcionalidade muito esperada foi finalmente oficializada: motoristas agora poderão estabelecer uma nota mínima de passageiro para serem emparelhados, com ajustes dinâmicos conforme o horário.
Além disso, uma nova garantia de atraso promete pagamento adicional quando a viagem durar mais de cinco minutos além da estimativa, desde que a causa seja responsabilidade do passageiro ou fatores externos como o trânsito.
Essas mudanças são fruto de mais de 60 sessões de feedback com motoristas e entregadores, nas quais a empresa buscou entender melhor como tornar a plataforma mais rentável e justa para os trabalhadores.
A criação das tarefas digitais mostra um novo caminho: transformar os tempos de espera em oportunidades para gerar renda extra, mesmo que pequenas.
A estratégia, porém, levanta discussões.
Até que ponto esses dados, fornecidos por trabalhadores em troca de alguns dólares, serão usados de forma ética e transparente?
Qual será a remuneração real por essas tarefas? E, principalmente: isso representa mais liberdade ou mais exploração dentro da gig economy?
Com o avanço da inteligência artificial e o crescimento do trabalho sob demanda, a Uber pode estar apenas começando uma nova fase da sua atuação — onde o motorista é também um colaborador digital invisível no treinamento de tecnologias que, ironicamente, podem um dia substituí-lo.
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