
Cinquenta anos atrás, no verão europeu de 1975, começava em Munique a produção do primeiro BMW Série 3 — um modesto cupê de duas portas, movido por um motor 1.6 carburado chamado 316.
Ninguém poderia imaginar que aquele modelo inicial daria origem a uma das linhas mais influentes e bem-sucedidas da indústria automotiva.
Quando chegou aos Estados Unidos em 1976, o Série 3 não só redefiniu a imagem da BMW como transformou a montadora de uma importadora de nicho com menos de 13 mil carros vendidos em 1974 para uma das líderes do segmento premium global.
Grande parte desse sucesso inicial se deve ao trabalho do designer Paul Bracq e de Robert “Bob” Lutz, então chefe global de vendas da marca.

Foi Lutz quem criou a BMW of North America, comprou a operação do importador Max Hoffman por US$ 36 milhões e contratou a agência Ammirati & Puris, responsável pelo lendário slogan “The Ultimate Driving Machine”.
Bracq, por sua vez, entregou um design com identidade própria, mais largo, mais limpo e com o painel orientado ao motorista — elementos que definiriam o DNA da marca pelas décadas seguintes.
Desde então, mais de 15 milhões de unidades da Série 3 já foram vendidas no mundo, passando por sete gerações e diversos estilos de carroceria: cupê, sedã, conversível, perua e até hatchback.
O modelo já recebeu motores que vão de 1.5 três cilindros até um potente V8 4.4, com tração traseira ou integral, além de versões híbridas, elétricas e esportivas.

Confira a evolução da Série 3 ao longo dos anos:
1ª geração – E21 (1975-1983)

Lançado como cupê de duas portas, o E21 usava um motor 2.0 de 110 cv herdado do BMW 2002, já com injeção eletrônica. Na época, era oferecido com câmbio manual de 4 marchas ou automático de 3. Mais de 1,3 milhão de unidades foram produzidas, incluindo uma rara versão Targa feita pela Baur entre 1978 e 1981.
2ª geração – E30 (1982-1994)

A popularidade explodiu com a chegada de novas carrocerias — sedã, perua e conversível — além do primeiro M3, uma lenda entre os esportivos. Introduziu tecnologias como freios ABS, injeção eletrônica e mais marchas nas transmissões. Foram mais de 2,4 milhões de unidades vendidas.
3ª geração – E36 (1990-1999)

A Série 3 ganhou formas mais arredondadas e refinamento aerodinâmico. Pela primeira vez, airbags e controle de estabilidade foram oferecidos. Também marcou o início da produção na fábrica de Spartanburg, nos EUA. Cerca de 3 milhões de unidades foram produzidas.
4ª geração – E46 (1998-2006)

Considerada por muitos a geração mais equilibrada da Série 3, trouxe uma estrutura 70% mais rígida, novos motores e sistema eletrônico em rede (CAN bus). O design foi parcialmente criado no centro Designworks, na Califórnia. Bateu recordes: mais de 3,2 milhões vendidos.
5ª geração – E90 (2005-2012)

Primeira com motor turbo (335i), introduziu os pneus run-flat e mais equipamentos eletrônicos. O M3 dessa geração usava um V8 de alto desempenho. Teve versões sedã, perua, cupê e conversível. Foram pouco mais de 3 milhões de unidades produzidas.
6ª geração – F30 (2012-2018)

Com versões híbridas, faróis integrados à grade e desenho mais próximo do Série 5, trouxe mais espaço e refinamento. Com presença global, foi oferecido inclusive com entre-eixos longo na China. A produção encerrou com cerca de 2,6 milhões de unidades.
7ª geração – G20 (2018-presente)

Lançado no Salão de Paris, manteve o estilo esportivo com toques mais modernos e conectividade elevada. Incluiu versão elétrica exclusiva para a China e facelift em 2022. As variantes M3 e M3 Competition continuam como destaques de desempenho.
Ao longo dessas cinco décadas, o BMW Série 3 se consolidou como um símbolo de equilíbrio entre esportividade, sofisticação e usabilidade no dia a dia.
Sua capacidade de evoluir sem perder a essência fez dele o modelo mais icônico da marca bávara — e um dos mais importantes da história da indústria automotiva.

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