Depois de quase dois anos tentando conviver com um carro que mais parecia uma compilação de bugs sobre rodas, o site Edmunds finalmente deu fim ao seu problemático Fisker Ocean — e com um prejuízo gigantesco.
O SUV elétrico, que foi comprado por quase 70 mil dólares no início de 2024, foi vendido recentemente por apenas 10 mil dólares.
Isso mesmo: em menos de dois anos e com apenas 7.583 milhas rodadas, o carro perdeu mais de 59 mil dólares em valor.
Isso equivale a uma depreciação de US$ 7,78 por milha, e olha que nem estamos contando o custo de seguro, carregamento ou eventuais consertos.
O mais chocante é que mesmo parado na garagem, o Ocean parecia se desvalorizar sozinho. Em dezembro de 2024, o carro já valia só 13 mil dólares.
Agora, meses depois e sem praticamente rodar, ele despencou ainda mais. Em fevereiro de 2024, com pouco mais de 4 mil milhas rodadas, a avaliação já era de apenas 21 mil dólares.
O que era para ser um símbolo da inovação elétrica se transformou rapidamente num dos piores investimentos da indústria automotiva recente.
E os problemas do carro não foram poucos — foram tantos que beiram o cômico.
Desde o primeiro dia com a Edmunds, o Ocean deu sinais de que algo não ia bem: mensagens de erro, falhas no sistema de travamento, partidas que não funcionavam, desligamentos indevidos e um GPS que insistia em localizar o carro no Alasca, mesmo ele estando ensolarado na Califórnia.
E não parou por aí. Os freios, por vezes, atuavam sozinhos sem qualquer comando. Os sensores dianteiros deixavam de funcionar em contato com chuva ou luz solar.
O chaveiro eletrônico não era reconhecido — e morria a cada dois meses. O carro rolava para trás como se tivesse câmbio manual.
O aquecimento dos bancos funcionava “de vez em quando”, as saídas de ar emitiam sons estranhos, as maçanetas retráteis às vezes se recusavam a aparecer, e, quando a bateria de 12V pifou, os editores da Edmunds precisaram desmontar a frente do carro para conseguir abrir o capô.
Tudo isso só reforça uma conclusão inevitável: o Fisker Ocean não estava pronto para ser vendido.
E mais do que isso, não estava pronto nem para rodar pelas ruas. A Fisker, que já não existe mais como marca, deixou um legado que será lembrado não pelo pioneirismo, mas pelo vexame.
O Edmunds, por sua vez, aprendeu da pior maneira que apostar em promessas não testadas pode sair muito caro — literalmente.
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