Coluna Fernando Calmon nº 1.353 — 27/5/2025
Desenvolvido por engenheiros brasileiros e o chefe de estilo José Carlos Pavone, em São Bernardo do Campo (SP), o Tera é um dos produtos de maior importância na história da VW, atrás apenas do Fusca e do Gol.
Produzido em Taubaté (SP), tem como base o Polo com outras dimensões: comprimento, 4.151 mm; entre-eixos, 2.566; largura, 1.777 mm; altura, 1.504 mm; porta-malas, 350 L (padrão VDA).
O novo SUV compacto tem o mesmo entre-eixos do Nivus, porém é 115 mm mais curto, 20 mm mais largo e 11 mm mais alto. Rivais diretos: Pulse e Kardian.
Além do estilo atraente, o Tera tem um pacote de segurança ativa de ótimo nível com seis airbags, frenagem autônoma de emergência com proteção de pedestres, detecção de fadiga do motorista e monitoramento de pressão dos pneus.
Nas versões mais caras, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) é de série. No topo de linha, assistente ativo de mudança de faixa, câmera multifuncional e detector de ponto cego com assistente de saída de vaga.
No interior, há itens só encontrados em veículos mais caros, como descansa-braço ligado ao encosto e regulável em altura no banco do motorista.
Além, da tela multimídia de 10,1 pol., duas entradas USB-C bem posicionadas (mais duas para ocupantes do banco traseiro) e refrigeração para carregador do celular por indução, a VW introduziu o Otto, inédito sistema de inteligência artificial generativa todo desenvolvido no Brasil.
Há dois motores disponíveis, ambos de três cilindros: 1 L, aspiração natural, 77 cv (G)/84 cv (E); 9,4 (G)/10,3 (E) kgf·m com câmbio manual de 5 marchas, na versão de entrada.
O outro é 1 L, turbo, 109 (G)/116 cv (E) e 16,8 kgfm de torque, com caixa manual de 5 marchas ou automática de 6 marchas. Consumo homologado no Tera de menor preço: urbano, 9,1 km/l (E) e 13,2 km/l (G); estrada, 10,2 km/l (E) e 14,7 km/l (G).
Versão turbo, consumo urbano de 9 km/l (E) e 12,9 km/l (G); estrada, 10,3 km/l (E) e 15 km/l (G). Com o tanque de 49 L, motor básico e câmbio manual o alcance em estradas chega a expressivos 735 km.
O tempo de aceleração também é muito bom: 0 a 100 km/h, 10,1 s, na versão mais potente.
No primeiro contato em viagem de São Paulo a Taubaté (SP), ida e volta, o Tera surpreendeu pelo baixo nível de ruído e vibração no habitáculo graças às exclusivas nervuras no teto e à solidez da construção.
Os bancos dianteiros oferecem ótimo suporte lateral, além de espaço interno em especial para pernas e cabeças no banco traseiro.
Motor turbo e caixa de câmbio automática formam um conjunto que une desempenho e suavidade surpreendentes para um tricilindro. Comportamento em curvas sem sustos, direção e freios dentro do padrão VW reconhecido por décadas de eficiente engenharia local.
Preços, a partir de 5 de junho, começam em R$ 99.990, porém apenas para as primeiras 999 unidades e depois, R$103.900. Chegam a R$ 139.990, além da série especial Outfit The Town a R$ 142.290, mais o pacote ADAS por R$ 2.839.
Stellantis tem planos firmes para fábrica de Goiana
Ao completar 10 anos da inauguração da unidade fabril de Goiana (PE), cidade de 85.000 habitantes a 65 km da capital Recife, a Stellantis não se limitou a anunciar a comemoração, ainda em 2025, de dois milhões de veículos produzidos: três modelos Jeep (Renegade, Compass e Commander), um Fiat (Toro) e um Ram (Rampage).
Dos R$ 30 bilhões a serem investidos no Brasil até 2030, quase 45% (R$ 13 bilhões) vão para esta fábrica.
A unidade pernambucana emprega diretamente 6.400 pessoas e 14.700 ao se incluírem fornecedores locais. Investimento direto foi de R$ 18 bilhões, em uma década, para uma capacidade instalada de 280.000 unidades por ano.
Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul, confirmou seis novos modelos a serem produzidos lá, inclusive de uma nova marca, que não especificou.
Ele não revelou se seria uma marca já existente no Brasil ou uma do exterior.
Em tese, adiante se enquadraria até a Leapmotor (divisão internacional da chinesa em que a empresa detém 51% das ações) e cujo primeiro modelo importado estreia em setembro próximo.
Entre as alternativas, pode ocorrer a volta de um produto Peugeot como o SUV médio 3008.
O que está nos planos imediatos são versões micro-híbridas evoluídas, de 48 V, uma delas já em 2026, possivelmente o Renegade, seguido pela Toro (ou vice-versa).
Planejamento quinquenal inclui 40 lançamentos, dos quais sete inteiramente novos, entre todas as marcas do grupo, incluindo os produzidos em Betim (MG) e Porto Real (RJ).
Stellantis acaba de nomear o italiano Antonio Filosa como novo CEO. Ele comandou Fiat e Stellantis no Brasil, onde começou como gerente de compras em Betim (MG), em 2005. Ele é casado com uma brasileira e tem dois filhos brasileiros.
Kona Hybrid demonstra avanço da Hyundai
Modernidade é o que não falta nessa nova geração do SUV híbrido médio-compacto Kona.
No estilo, chama atenção (só na versão de topo) a estreita barra iluminada por LED que vai do alto de um para-lama dianteiro a outro, em efeito chamativo, além de combinar com solução semelhante na traseira (luz vermelha, no caso).
Lanternas traseiras não agradam tanto, todavia as rodas de 18 pol. sim.
Cresceu em todas as dimensões (antes era um compacto): 4.350 mm de comprimento, 2.660 mm de entre-eixos, 1.825 mm de largura, 1.580 mm de altura e o porta-malas também: 407 L (mais 9%).
Espaço interno, em especial para as pernas no banco traseiro, ficou melhor.
Posição de dirigir muito boa, interessante alavanca no volante para seleção do câmbio automatizado de dupla embreagem (seis marchas) e duas telas integradas de 12,3 pol. para quadro de instrumentos e multimídia são pontos altos, além da firmeza do banco com regulagem elétrica de altura.
Motorização híbrida não mudou: 1,6 L de aspiração natural e 105 cv, além do elétrico de 54,5 cv, entregam combinados 141 cv e 27 kgf·m.
Aceleração de 0 a 100 km/h, em 11,2 s, é razoável, embora no trânsito urbano a hibridização ajude com respostas melhores ao acelerador. Consumo padrão Inmetro de 18,4 km/l (cidade) e 16 km/l (estrada).
Em um primeiro contato em viagem entre São Paulo e Guararema (SP), mostrou firmeza nas curvas (suspensão traseira independente multibraço), freios bem dimensionados, direção precisa e sob certas condições apenas o motor elétrico atua, mas por pouco tempo, como também observei em trechos urbanos.
Preços: R$ 214.990 a R$ 234.990.
GAC estreia com quatro elétricos e um híbrido
A chinesa de capital paraestatal Guangzhou Automobile Group Co. (tambem tem ações em bolsa de valores) apresentou planos grandiosos para o mercado brasileiro, além da importação.
Presidente mundial da GAC, Feng Xingya, confirmou produção local de veículos elétricos, híbridos e até a combustão, além de um centro de pesquisas provavelmente para desenvolver motores flex.
Alex Zhou, CEO da GAC Brasil, desconversou sobre acordo que já teria sido fechado com o grupo brasileiro HPE (Mitsubishi), em Catalão (GO), embora tenha confirmado nomeação de 33 concessionárias e contratado 50 espaços em shoppings centers.
Até dezembro, pretende vender 8.000 carros e 29.000, em 2026.
De início chegam os SUVs elétricos Aion Y, Aion V e Hyptec HT, o sedã médio elétrico Aion ES e o SUV híbrido GS4.
Alcances homologados pelo Inmetro variam de 314 a 389 km, conforme o modelo, contudo o híbrido pode chegar a 705 km.
Os tempos de recarga são informados de 30% (outras marcas a partir de 20%) a 80%, que não permitem uma comparação exata com os concorrentes quanto a tempo de carregamento.
Entre os destaques tecnológicos estão bateria imune à combustão espontânea e o ecossistema que reúne direção assistida (Nível 2, hoje muito comum), cockpit inteligente e comandos por voz com I.A.
O Aion V inclui compartimento térmico que refrigera e aquece bebidas e alimentos — inovação inédita no país.
Os preços vão de R$ 169.990 a R$ 349.990.
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