Um motor de Fórmula 1 pode custar R$ 80 milhões e durar menos de 2 mil km

motor f1 (1)
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Se você é daqueles que ficam hipnotizados por detalhes técnicos de motores, o universo da Fórmula 1 é um verdadeiro paraíso — ou talvez um delírio de engenharia caro e extremo.

Nada ali é simples, barato ou feito para durar. Afinal, o motor de um carro de F1 pode custar dezenas de milhões de dólares e ainda assim rodar pouco mais de 1.500 quilômetros antes de ser substituído.

Por mais impressionante que seja extrair mais de 1.000 cavalos de um motor 1.6 turbo híbrido, essa potência tem um preço.

Os carros voam na pista, faiscando no asfalto com suas placas de titânio enquanto aceleram para valer. Só que toda essa força concentrada cobra seu tributo: um motor desses aguenta no máximo sete ou oito corridas — e isso sem contar os treinos e classificações.

motor f1 (2)
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Falando em preço, há estimativas que colocam o custo de um motor de F1 entre US$ 11 milhões e US$ 16 milhões. Convertendo para real, isso dá o suficiente para comprar dezenas de carros de luxo ou montar uma frota completa de superesportivos.

E as equipes não têm só um por temporada.

Em 2024 e 2025, cada uma tem direito a quatro unidades, o que eleva a fatura total para algo entre US$ 44 e US$ 64 milhões — felizmente para elas, esse custo fica fora do limite de gastos da categoria, que hoje é de US$ 135 milhões ao ano.

No entanto, segundo o ex-piloto Scott Mansell, esse valor pode ser um pouco diferente.

aston martin f1 (1)
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Em seu canal Driver61, ele aponta que em 2023, sob o regime de três motores por temporada, as equipes gastaram em média US$ 16 milhões apenas comprando os motores, sem contar os custos monstruosos de desenvolvimento.

A Forbes já estimou que a Mercedes investiu cerca de US$ 1,4 bilhão para criar seu V6 híbrido.

Boa parte do custo vem da precisão absurda exigida. Cada componente precisa ser feito com tolerâncias medidas em micrômetros.

Um simples toque com a mão pode aquecer um pistão e tirá-lo da especificação. Depois de cada corrida, as peças são radiografadas em busca de trincas invisíveis. É quase uma cirurgia de altíssima complexidade.

aston martin f1 (3)
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Curiosamente, os materiais usados são, em grande parte, comuns. Nada de metais de ficção científica como vibranium ou adamantium.

Blocos, pistões e carcaças geralmente usam ligas de alumínio; bielas, virabrequins e comandos são de aço; e válvulas podem ser feitas de ligas de titânio, níquel ou cobalto.

A FIA proíbe o uso de materiais exóticos por questões de custo e segurança — como aconteceu com o escândalo do uso de berílio pela McLaren, banido em 2001.

Hoje, o regulamento da F1 para a temporada 2025 limita as equipes a apenas quatro motores, dois conjuntos eletrônicos e dois sistemas de armazenamento de energia por carro.

Se ultrapassarem isso, enfrentam punições no grid. Antigamente, antes de 2004, era permitido usar quantos motores quisessem. Não por acaso, os V10 daquela época duravam cerca de 400 km — o equivalente a uma única corrida.

Mesmo com materiais que poderiam ser encontrados em carros de rua, os motores da F1 operam em temperaturas superiores a 1.000 °C e enfrentam pressões absurdas.

Os pistões mudam de direção até 15 mil vezes por minuto. Diante disso, é até surpreendente que essas máquinas não se desmontem em cada curva.

É nesse limite entre a genialidade e o absurdo que os motores da Fórmula 1 continuam fascinando.

Custam uma fortuna, duram pouco e exigem mais cuidado que um satélite em órbita — mas são o coração pulsante da categoria mais veloz do planeta.

[Fonte: Jalopnik]



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.