Já estamos em abril de 2025, mas os preparativos para a aguardada Monterey Car Week em agosto já começaram — e a RM Sotheby’s abriu os trabalhos com uma verdadeira joia: um Ferrari F50 1995 em estado impecável, com apenas 5.400 milhas rodadas.

Este exemplar é ainda mais especial por ser um dos apenas dois F50 em especificação americana pintados na vibrante cor Giallo Modena, e, para completar, foi originalmente encomendado e possuído por ninguém menos que o ícone da moda e colecionador de carros Ralph Lauren.

Embora a ligação com Ralph Lauren traga um charme a mais, o verdadeiro apelo desse F50 está no seu próprio pedigree.

Produzido em apenas 349 unidades, o F50 é uma homenagem direta ao legado da Fórmula 1 da Ferrari, trazendo para as ruas um motor V12 de 4.7 litros derivado diretamente dos monopostos de corrida.

Com 513 cavalos de potência e um chassi em fibra de carbono — o primeiro carro de rua da Ferrari a adotar essa tecnologia —, o F50 oferece uma experiência de condução pura, livre de assistências eletrônicas, sem direção hidráulica ou freios ABS.

É o tipo de máquina que conquista os verdadeiros entusiastas com sua conexão visceral entre homem e máquina.

Este exemplar, que será leiloado, parece ter passado a maior parte de sua vida como peça de coleção.

Depois que Ralph Lauren o vendeu em 2003, o carro passou pelas mãos de um concessionário em Miami e depois foi adquirido por um casal entusiasta da Ferrari na Virgínia.

Embora eles participassem da Ferrari Challenge com outros carros, o F50 amarelo permaneceu como um tesouro, exibido publicamente pela última vez em 2009, no Cavallino Classic.

A expectativa da RM Sotheby’s é que o carro seja vendido entre 6,5 e 7,5 milhões de dólares. Parte desse valor se justifica não apenas pela baixa quilometragem e pela história documentada, mas também pelo fato de o carro possuir o cobiçado certificado Ferrari Classiche, o famoso “Red Book”.

Esse documento é emitido após uma rigorosa inspeção em Maranello, garantindo a autenticidade absoluta do veículo — fator imprescindível para quem investe cifras milionárias nesse tipo de máquina.

Mesmo para padrões de supercarros, o F50 impressiona: acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atinge velocidade máxima de 325 km/h, tudo transmitido por um câmbio manual de seis marchas.

Seu V12 de 60 válvulas é puro deleite auditivo e mecânico, algo cada vez mais raro no universo atual dominado por tecnologias eletrônicas e motores sobrealimentados.

É quase certo que este F50, com sua combinação única de cor, história e estado de conservação, não será adquirido para ser pilotado com vigor nas estradas ou pistas.

Mais provável é que encontre um novo lar em uma coleção privada, onde continuará sendo tratado como a obra de arte sobre rodas que é — admirado à distância e, quem sabe, eventualmente mostrado para um público igualmente apaixonado.

Seja como peça de museu ou como relíquia de garagem, este Ferrari F50 é um lembrete brilhante de uma era em que carros esportivos eram construídos para emocionar, sem filtros nem redes de segurança.

E em Monterey, com certeza, será uma das estrelas mais comentadas.