A União Europeia está sendo acusada pela China de espionagem industrial em meio à nova disputa comercial entre o bloco ocidental e o gigante asiático. Pequim diz que Bruxelas exigiu uma quantidade “sem precedentes” de informações sobre os carros elétricos, segundo o site FCE.
He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China, disse: “O tipo, âmbito e quantidade de informação recolhida pela parte europeia não tem precedentes e é muito superior ao que é necessário para uma investigação de direitos compensatórios”.
A União Europeia iniciou uma investigação contra subsídios ilegais aplicados pela China aos fabricantes de carros elétricos nacionais, de modo a aplicar sobretaxas variadas conforme o nível de cooperação dos fabricantes chineses.
Todavia, a China acusa a União Europeia de exigir que os grupos chineses informassem sobre o fornecimento de matérias-primas para baterias, sobre a produção de componentes e até o desenvolvimento de canais de vendas.
Ainda segundo os chineses, Bruxelas teve em vista espionar os fabricantes da China para beneficiar a sua própria indústria continental, conhecidamente muito atrasada em veículos elétricos, numa comparação com os asiáticos.
Na China, circula um relatório que afirma que as exigências das autoridades europeias são “irracionais”. Yadong também criticou a sobretaxa de 38,1% sobre algumas marcas, como a SAIC, que vende a marca inglesa MG na Europa.
Além do percentual acima, a SAIC-MG tem que recolher ainda os 10% de imposto de importação aplicados normalmente, chegando a 48,1% de tarifa para colocar carros como o MG4, que está fazendo sucesso no mercado europeu.
Isso é uma taxa maior que a aplicada recentemente pela Turquia, mas ainda bem abaixo dos 100% impostos pelo governo americano aos carros chineses. Diante disso, Pequim prometeu retaliar e começou com uma investigação sobre subsídios europeus para a carne.
Olof Gill , porta-voz da Comissão Europeia para o Comércio, declarou recentemente que os subsídios agrícolas da União Europeia estão “estritamente alinhados com as nossas obrigações no âmbito da Organização Mundial do Comércio”.
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