Veja 10 curiosidades sobre o Gol antigo (quadrado)

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O Volkswagen Gol foi o carro mais importante da marca alemã após o Fusca, que literalmente construiu a imagem de uma empresa vencedora e que hoje é considerada a maior do mundo.

O Gol nasceu para ser o novo Fusca, mas ele foi muito mais que isso, superando a lenda e se tornando líder por 27 anos com mais de 7 milhões de carros vendidos só no Brasil.

Nesta matéria, você conhecerá 10 das muitas curiosidades que envolvem a história do Gol antigo ou quadrado, o clássico do projeto BX.

1) Motores Porsche, Mercedes e Renault

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Aqui, vemos motores Porsche, Mercedes e Renault? Conceitualmente, o motor boxer a ar foi um projeto de Ferdinand Porsche e até a geração 964, o 911 basicamente usou a mesma técnica dos anos 30 com o primeiro Fusca.

Quando o Gol surgiu, a VW erroneamente deixou que a ala “a ar” adicionasse um 1300 a ar de desenvolvimento da Porsche, já que era o motor nacional com carenagem usada no Porsche 911.

Esse projeto, depois estendido para o 1600 a ar, durou no Gol até 1986, coincidentemente ou não (não mesmo), o último ano do Gol antes de ser líder.

A salvação do Gol chegou em 1984 com um motor da Mercedes? Refrigerado à água, o EA827 vinha naturalmente da Audi, mas a então Auto Union da primeira metade dos anos 60 pertencia à Daimler-Benz.

Ela custeou o projeto do motor a água da Auto Union e quando vendeu as marcas e empresa alemã para a VW, a Mercedes entregou também o motor.

De fato, teoricamente, o lendário propulsor da VW surgiu sob o comando da Mercedes antes de se popularizar na Audi e Volkswagen, além das marcas do grupo, incluindo a Porsche.

Depois de Porsche e Mercedes, de onde veio a Renault? Nos anos 60, a Willys Overland do Brasil tinha parceria com a Renault e fez no Brasil carros como Dauphine e Alpine 108, mas conhecidos como Gordini e Interlagos.

Seu motor Cléon-Fonte veio junto e ele continuou até a Ford comprar a Willys em 1967, adotando no Corcel (um Renault 12 nacionalizado) o motor de origem Renault, que seguiu até a década de 90.

No Gol antigo, o motor AE era o Cléon-Fonte conhecido na Ford como CHT, sendo usado na 1.0 (Gol 1000) e 1.6, tendo passado até para a segunda geração do VW (AB9).


2) Parentesco com Saveiro

Volkswagen Saveiro 1983–87

Quando o Gol surgiu, a ideia era que toda a família BX usasse motores boxer a ar 1300 e, provavelmente, 1600. O “provavelmente” era porque não havia planos conhecidos de se usar o 1600.

Contudo, como o Gol virou um fracasso de imediato com seu 1300, a VW mudou para o 1600 e queria manter parte do plano “a ar” vigente na linha BX, pois o Voyage mostrava o sucesso do motor a água desde 1981.

Então, ainda mais por ser um veículo comercial, a Saveiro não tinha ainda sua importância reconhecida, sendo associada com o Gol, tanto visualmente quando na mecânica a ar, com seu motor 1600.

Assim, Gol e Saveiro inicialmente eram irmãos mais próximos que Voyage e Parati, o casal de estilo e desempenho superiores, enviados aos EUA como Fox e Fox Sedan, algum tempo depois.

3) Painel de Variant II

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O Gol antigo nasceu com a junção de alguns elementos que já existiam no lineup da Volkswagen nos anos 70 e o que havia de mais moderno até então (depois seria o painel atualizado da Brasília), era o cluster da Variant II.

O diminuto conjunto horizontalizado de instrumentos do Gol era o mesmo da última perua (de jure) da Volkswagen, sendo um quadro que seria usado na família XB até 1987, dez anos depois de surgir na Variant II.

4) Furgão

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Hoje é difícil imaginar um Polo furgão, mas não seria na Europa atualmente e nem no Brasil dos anos 80, onde a VW reinava nos comerciais leves com a Kombi, mas com a Saveiro, a marca ampliou os horizontes.

Contudo, puxada pela ousadia da Fiat,com seu 147 chamado de Fiat Furgoneta, a Volkswagen decidiu criar um Gol Furgão e ele apareceu quando o hatch ganhou motor 1600 a ar e seguiu com 1.6 a água.

Com a mesma mecânica, o Gol Furgão não tinha janelas traseiras e não tinha banco traseiro ou acabamento nessa parte, sendo desenvolvido para levar pequenas encomendas ou serviços, que na época era o alvo.

Teve poucos volumes feitos para empresas de eletricidade, telefonia e saneamento básico, convertendo-se em um modelo raro hoje.

5) Estepe no cofre

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O Fiat 147 era o único carro nacional com estepe no cofre do motor e quando o Gol estava sendo desenvolvido, a ideia foi adotada pela montadora alemã e a combinação deu certo com o motor 1300.

Este motor tinha um único carburador e seu pequeno porte, além da arquitetura baixa, permitia que um pneu sobressalente foi adicionado ao compartimento dianteiro.

No entanto, quando o 1300 a álcool surgiu, ele apareceu com dois carburadores e o estepe foi acomodado sobre um deles, com o filtro praticamente dentro da roda.

6) Dois esportivos

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O Gol GT salvou o modelo em 1984, virando GTS em 1987, seguindo naturalmente os rivais, como Ford Escort XR3 ou Chevrolet Monza S/R. Até o Passat tinha o GTS Pointer, mas em 1989, surgiu o Gol GTi.

Com motor 2.0 com injeção e visual com detalhes em cinza e pintura azul como destaque, o Gol GTi passou a conviver com o Gol GTS, que tinha motor 1.8, fazendo assim com que o Gol antigo tivesse dois esportivos na gama.

Era algo não usual, mas o mercado aceitou bem com o Gol GTS ainda com carburador e o GTi com injeção, sendo este o topo de linha da linha Gol.

7) Primeiro nacional com injeção

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O Gol GTi foi o primeiro carro nacional com injeção eletrônica multiponto Bosch LE Jetronic, sendo introduzido no motor AP-2000 usado pelo Santana, visto que o Gol antigo só tinha até então, os AP-1600 e AP-1800, com este último AP-1800S no GTS.

Com motor AP-2000i, o Gol GTi tinha 120 cavalos e 18,4 kgfm, além de câmbio manual de cinco marchas e visual exclusivo, assim como as rodas esportivos diamantadas.

8) Câmbio curto ou longo

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O Gol GT chegou ao mercado em 1984 e surpreendeu pelo desempenho, até então o calcanhar-de-aquiles do modelo, tendo motor AP-800S (depois AP-1800S), tinha 99 cavalos e uma pequena preparação.

Contudo, ele oferecia transmissão manual de quatro ou cinco marchas, mas as duas últimas tinham a mesma relação de marchas. Assim, o primeiro câmbio era no geral mais longo e o segundo mais curto nas marchas intermediárias.

9) Versão dos Rolling Stones

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Você deve lembrar do Gol Rolling Stones, mas aqui estamos falando do Gol antigo, o quadrado. Então, por que incluímos a homenagem à banda inglesa na geração anterior?

Pelo motivo que falaremos no último tópico, pois, o Gol Roling Stones foi vendido também na Argentina e na mesma época, em fins de 1994, mas lá era baseado no Gol GL quadrado com motor AP-1600, além de incluir boné e fita cassete da turnê Voodoo Lounge.

10) Primeiro nacional produzido no exterior

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O Gol antigo também o primeiro nacional a ser feito no exterior, sendo ele feito em General Pacheco, por conta da Autolatina, já que era uma fábrica da Ford.

Contudo, o que pouca gente sabe é que o Gol quadrado foi fabricado no Uruguai, em Nueva Palmira, onde Julio César Lestido ergueu uma planta que montou de Fusca ao Santana.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X