Depois de anos de especulação, receios e gritaria dos puristas, a Ferrari enfim começou a revelar detalhes concretos sobre seu primeiro carro 100% elétrico.
E embora o nome não seja nenhuma surpresa — Elletrica, simplesmente “Elétrica” em italiano — o conjunto de características já divulgadas mostra que a marca de Maranello está tentando reinventar a emoção ao volante mesmo sem um motor a combustão.
O novo modelo terá cerca de 1.000 cavalos de potência, quatro lugares e um modo de troca de marchas manual simulado, mas o ponto mais curioso está justamente na sonoridade.
Ao contrário de outras montadoras que optam por simular sons de motores com efeitos digitais dentro da cabine, como nos modelos esportivos da linha Ioniq da Hyundai, a Ferrari está adotando uma abordagem mais purista — ou, no mínimo, mais sofisticada.
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A Elletrica não emitirá barulhos falsos de motor.
Em vez disso, usará um acelerômetro instalado na carcaça do inversor, no eixo traseiro, para captar as vibrações reais dos motores elétricos girando a impressionantes 25.500 rpm.
O som gerado por esse componente será amplificado dentro do carro, criando um ambiente sonoro autêntico, ainda que novo para os ouvidos dos fãs da marca.
A marca compara o conceito ao funcionamento de uma guitarra elétrica: o instrumento sozinho não é barulhento, mas, quando conectado ao amplificador, sua vibração se transforma em som poderoso.
Da mesma forma, os motores da Elletrica vão transmitir suas frequências através do metal, e essas vibrações serão amplificadas para criar uma experiência sonora própria — sem tentar imitar um V8 ou um V12.
Segundo a Ferrari, esse sistema de som não estará ativo o tempo todo.
Ele será acionado apenas em momentos de aceleração mais intensa ou quando o condutor utilizar as borboletas do volante no modo manual simulado, buscando reproduzir a comunicação visceral entre carro e piloto que é típica dos modelos da marca.
Ou seja, o silêncio típico dos EVs será mantido durante viagens, mas, quando o motorista quiser emoção, ela virá em forma de ruído metálico amplificado.
A Ferrari ainda não deixou claro se o som também será projetado para fora do veículo, como ocorre no Dodge Charger Daytona EV, que é tão barulhento que já chegou a render multas por “excesso de ruído” mesmo sem ter escapamento.
Mas, ao que tudo indica, o objetivo da marca é manter a elegância — e não virar atração de rua.
Com isso, a Elletrica promete trazer uma nova linguagem sensorial para os superesportivos, em um mundo onde motores elétricos são silenciosos por natureza.
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