Veja porque é bom que os carros modernos se amassem com facilidade, diferente dos antigos, com sua lata resistente

crash test carro antigo novo
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A expressão “não fazem mais como antigamente” é frequentemente usada com uma certa nostalgia, mas quando o assunto é segurança automotiva, essa saudade do passado pode ser perigosa.

Muitos ainda defendem a ideia de que carros antigos são mais resistentes e, por consequência, mais seguros do que os modelos atuais repletos de plástico e eletrônica.

Para desmistificar essa crença, a empresa de engenharia Munro & Associates resolveu fazer um vídeo com uma abordagem técnica, mas acessível, explicando por que isso não passa de um mito.

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No vídeo, Carl Crittenden, engenheiro-chefe da Munro, deixa claro que ele próprio é um entusiasta de carros antigos.

Ele restaura modelos clássicos, tem um carinho especial por eles, mas afirma sem rodeios: dizer que um sedã de chassi sobre longarinas dos anos 50 ou 60 é melhor construído que um sedã moderno é simplesmente incorreto.

Como exemplo, ele cita o famoso crash test realizado em 2009 pelo IIHS, onde um Chevrolet Bel Air 1959 colide com um Chevrolet Malibu 2009.

1959 Chevrolet Bel Air vs. 2009 Chevrolet Malibu IIHS crash test

Apesar de o Malibu não ser considerado um marco em segurança, ele destrói o Bel Air no teste, expondo as limitações estruturais dos veículos antigos.

Mesmo assim, até hoje o vídeo gera polêmica, com alegações de que o Bel Air foi propositalmente sabotado.

Crittenden rebate essas teorias com provas fotográficas, mostrando que o motor estava, sim, no carro, e que as peças que se soltaram o fizeram por falta de reforços estruturais, não por manipulação.

Outro ponto abordado é o uso de chapas metálicas. Embora o aço utilizado nas décadas passadas fosse, em muitos casos, mais espesso, isso não significava mais resistência.

Ele demonstra isso comparando a porta de um carro de 1961 com a de um moderno Kia EV9.

No, Your Classic Car Isn't Built Better Than Your New Car

A porta antiga é um milímetro mais grossa, porém completamente oca, sem qualquer reforço interno.

Já a do Kia, mesmo sendo levemente mais fina, conta com uma série de reforços e zonas de deformação programada, que são cruciais para absorver energia em uma colisão e proteger os ocupantes.

A verdade é que os conceitos de segurança evoluíram muito nos últimos 60 anos. Hoje, os carros são projetados para deformar de forma controlada, dissipando a energia do impacto e protegendo a célula de sobrevivência dos passageiros.

Itens como airbags, cintos de três pontos com pré-tensionadores, zonas de deformação e estruturas reforçadas fazem uma diferença brutal em colisões frontais, laterais ou traseiras.

Portanto, a recomendação de Crittenden é clara: tenha um carro antigo, aprecie sua beleza e sua história, mas não se iluda achando que ele é mais seguro do que um modelo moderno.

Se for restaurar um clássico, faça isso pelo prazer de dirigi-lo, de mantê-lo vivo, mas ciente de que, em termos de segurança, ele jamais poderá competir com a engenharia automotiva atual. Segurança não é questão de nostalgia, é questão de física e evolução tecnológica.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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