Mesmo antes de chegar às ruas, a nova picape elétrica da startup Slate já acumula mais de 100 mil reservas.
O número por si só impressiona, mas a verdadeira curiosidade está no perfil de quem está apostando nessa proposta minimalista.
Com apenas dois lugares, sem central multimídia e com um visual básico, o modelo Blank Slate atrai um público muito específico – e diverso.
Segundo Chris Barman, CEO da Slate, o maior grupo de interessados são trabalhadores comuns que buscam um veículo acessível, robusto e funcional.
“São pessoas que veem valor no que realmente importa: transporte prático, sem firulas e por um preço justo”, explicou em entrevista ao Sherwood News. Mesmo com o preço revisado para algo em torno de 25 mil dólares, a demanda continua alta.
Mas os trabalhadores não estão sozinhos nessa. A picape também conquistou jovens profissionais recém-formados, vindos de faculdades ou escolas técnicas. O apelo aqui está na simplicidade e na promessa de personalização.
A Slate diz que esse público valoriza o design básico justamente por poder “mexer” no carro como quiser, tornando-o uma espécie de tela em branco para suas criações.
Outro grupo que vem chamando a atenção é o de pais preocupados com a segurança dos filhos.
Por ser um veículo com apenas dois assentos e sem uma central multimídia repleta de distrações, o Blank Slate foi visto por muitas famílias como o primeiro carro ideal para jovens motoristas.
“Não tem como ficar olhando o celular ou se distraindo com o painel. É dirigir, ponto”, disse Barman.
De forma surpreendente, a picape elétrica também está agradando aposentados e semirretirados, que buscam um veículo simples para o dia a dia.
Esse público – descrito pela Slate como “seniores contemporâneos” – quer entrar no universo dos EVs, mas sem complicações tecnológicas. Para eles, menos é mais.
Por fim, os entusiastas automotivos completam a lista. Muitos viram na Blank Slate uma oportunidade de ter um EV barato e personalizável, pronto para ser modificado, ajustado ou transformado em projetos únicos.
A ausência de equipamentos sofisticados não é vista como uma falha, mas como liberdade.
Apesar do otimismo, a própria Slate reconhece que ainda há um longo caminho até transformar esse interesse em vendas concretas. Com a exclusão do crédito fiscal federal nos EUA e o reajuste no preço, parte das expectativas iniciais pode se desfazer.
Ainda assim, os perfis revelados mostram que há uma demanda reprimida por veículos elétricos mais simples, honestos e acessíveis.
Se a startup conseguirá entregar o que promete, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a nova picape da Slate já conseguiu algo raro no mercado automotivo – unir diferentes gerações e perfis em torno de uma proposta incomum.
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