A Honda está prestes a dar um passo importante no mundo das motocicletas elétricas, mirando diretamente em um público que busca praticidade e preço acessível.
Um novo registro de patente indica que a marca japonesa está trabalhando em uma moto elétrica popular, com base no chassi da Shine 100, um modelo de enorme sucesso no mercado indiano.
A proposta é clara: simplicidade, economia e rápida entrada no mercado.
De acordo com os documentos revelados e analisados por veículos especializados, como a revista Cycle World, o projeto usa o mesmo quadro e pontos de fixação da Shine 100, mas substitui o tradicional motor a combustão por um conjunto elétrico compacto.
A arquitetura do modelo é simples, com motor central e transmissão via corrente, mantendo a estrutura tradicional de uma moto urbana.
No lugar do tanque de combustível, surgem dois pacotes de baterias de íons de lítio posicionados ao longo da espinha central do quadro.
Eles são inclinados para frente e se encaixam perfeitamente no desenho original, o que facilita tanto a produção quanto a adaptação nas linhas já existentes da marca.
Tudo indica que esse projeto é pensado para mercados sensíveis a preço, como Índia, Sudeste Asiático e possivelmente América Latina.
Outro detalhe que chama atenção é o sistema de refrigeração passiva. Em vez de ventiladores ou líquidos, a moto usa um canal de ar entre as baterias para resfriar o controlador de velocidade e outros componentes eletrônicos.
Isso ajuda a manter o consumo de energia baixo e reduz a complexidade do projeto.
Embora a Honda ainda não tenha revelado a potência final da moto, é improvável que ela vá muito além dos números da Shine 100 a gasolina.
O modelo original conta com um motor de 99cc e 7,3 cavalos (cerca de 5,5 kW), com velocidade máxima próxima de 85 km/h. A versão elétrica deve seguir parâmetros semelhantes para manter a autonomia e o custo sob controle.
Essa estratégia também tem um objetivo prático: acelerar o lançamento. Usar o chassi da Shine significa menos tempo de desenvolvimento, custos mais baixos e um produto mais familiar para o consumidor.
O estilo visual do modelo também mantém as linhas clássicas, com direito a um “falso tanque” que pode, eventualmente, esconder a entrada de recarga.
O movimento é mais um passo dentro do plano da Honda para eletrificar sua linha de duas rodas.
A empresa já lançou scooters elétricas como a EM1 e: e a Activa e:, mas esta nova proposta baseada na Shine é mais ambiciosa: quer ser a primeira moto elétrica verdadeiramente acessível produzida por um grande fabricante global.
Sem preço oficial ou cronograma anunciado, especialistas especulam que o modelo poderia ser vendido por menos de US$ 5 mil — algo em torno de R$ 25 mil, considerando câmbio e taxas.
Isso representaria uma revolução frente às marcas premium como Zero e LiveWire, que ainda lutam para oferecer modelos abaixo desse patamar.
Caso o projeto avance para produção em larga escala, a Honda poderá redefinir o mercado de motos elétricas populares com uma solução simples, confiável e, sobretudo, acessível.
Uma aposta que pode colocar a eletrificação sobre duas rodas no cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo.
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