
A briga entre montadoras e concessionárias ganhou um novo capítulo nos Estados Unidos, e desta vez, a vitória foi da fabricante.
A Scout, nova marca de utilitários do Grupo Volkswagen, recebeu autorização oficial para vender veículos diretamente aos consumidores no Colorado, sem passar por concessionárias franqueadas.
A decisão foi tomada pela Motor Vehicle Dealer Board do estado, com seis votos a favor e dois contra, gerando revolta entre representantes do setor automotivo local.
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O ponto central da polêmica é que a Scout pretende operar com vendas diretas ao estilo de Tesla, Rivian e Lucid, algo que já enfrentou forte resistência em outros estados.
A diferença, neste caso, é que a Scout faz parte de um grupo automotivo tradicional — a Volkswagen — que já atua nos EUA com revendedores autorizados há décadas.

Concessionários e associações alegam que a Scout, por fazer parte do conglomerado VW, deveria seguir o mesmo modelo de franquias.
No entanto, a legislação do Colorado inclui uma exceção criada em 2020, permitindo que marcas que produzem exclusivamente EVs e que não tenham redes de concessionárias no estado possam vender diretamente ao público.
A Scout foi considerada uma marca distinta das demais divisões da Volkswagen, como Audi e Porsche, e, portanto, se enquadra na exceção legal.
Mesmo planejando versões com motor a combustão estendendo a autonomia dos seus EVs, o conselho entendeu que a essência da Scout é elétrica.

Com isso, a marca recebeu uma licença válida até 31 de outubro de 2026, permitindo também a comercialização de veículos usados e por atacado.
Apesar da vitória no Colorado, o caminho da Scout ainda está longe de ser tranquilo em outras regiões dos EUA.
Na Califórnia, por exemplo, a batalha promete ser ainda mais intensa, com entidades locais já se mobilizando para impedir as vendas diretas da marca.
A associação de concessionárias da Califórnia enviou uma carta de advertência à Scout, exigindo que ela desista do plano de vendas diretas no estado.

O argumento é semelhante ao usado pelos oponentes no Colorado: a Scout, como integrante do Grupo VW, não pode se considerar independente de redes franqueadas.
Mesmo que a lei californiana permita que montadoras sem concessionárias vendam diretamente, o vínculo com o grupo Volkswagen pode complicar a situação.
A Scout, por sua vez, mantém sua posição de que é uma marca nova, sem laços com as redes de concessionários existentes do grupo.
Além disso, a marca tem pressa: a produção dos primeiros modelos, como a picape Terra e o SUV Traveler, está prevista para começar em 2027.
Os veículos terão versões 100% elétricas e outras com extensor de autonomia, buscando atingir um público que deseja robustez sem abrir mão da eletrificação.
Com investimento superior a R$ 1,5 bilhão em sua operação nos EUA, a Scout aposta em uma rede própria de lojas e vendas diretas como estratégia central.
Enquanto isso, a tensão entre fabricantes e concessionárias cresce, colocando em xeque um modelo de distribuição automotiva que resistiu por mais de um século.
O caso da Scout pode abrir precedentes importantes e reacender o debate sobre a necessidade de modernizar as regras do setor.
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