O Porsche Taycan, o primeiro modelo totalmente elétrico da marca, está passando por uma fase muito ruim no mercado mundial.
(Confira aqui nossa avaliação do Taycan)
Nos primeiros nove meses de 2024, as entregas globais do sedã elétrico caíram pela metade em relação ao mesmo período de 2023, com uma queda de 35% apenas nos Estados Unidos, segundo novos dados divulgados pela montadora.
Parte dessa queda nas vendas pode ser atribuída à mudança de modelo. A Porsche revelou uma versão atualizada do Taycan na primavera, trazendo melhorias na autonomia e desempenho, mas com poucas alterações visuais.
Além disso, é possível que alguns compradores tenham optado pelo novo Macan elétrico, que acaba de ser lançado. No entanto, o principal problema para a Porsche – e para outras marcas ocidentais – tem sido o colapso do mercado chinês, que afeta diretamente as vendas.
Entre janeiro e setembro de 2024, a Porsche registrou uma queda de 7% em suas vendas globais, totalizando 226.026 unidades entregues, em comparação com 242.722 no mesmo período de 2023.
A América do Norte, tradicionalmente o principal mercado da marca, apresentou uma queda de 5% nas vendas, enquanto a Europa viu um leve aumento de 1%.
O mercado chinês, no entanto, foi o mais atingido, com uma redução alarmante de 29%, o que coloca o país, que antes liderava as vendas da Porsche, agora em terceiro lugar, atrás dos EUA e da Europa.
O Taycan foi o modelo menos popular da marca no período, com apenas 14.042 unidades vendidas, superado até pela envelhecida série 718.
A Panamera, modelo a combustão equivalente ao Taycan, também sofreu uma queda de 20% nas vendas, somando 21.506 unidades. A Porsche atribui essas quedas às mudanças de modelo e à situação difícil no mercado chinês.
A situação também foi difícil para o Macan, cujas vendas globais caíram 21%, totalizando 55.000 unidades.
No entanto, a linha 911 registrou um crescimento de 2% nas vendas, alcançando 39.744 unidades no mundo todo, enquanto os modelos 718 Boxster e Cayman cresceram 10%, impulsionados pela corrida dos clientes europeus para adquirir o modelo a combustão antes que ele seja descontinuado devido às regras de cibersegurança da União Europeia.
Por outro lado, o grande responsável por evitar que o período de janeiro a setembro fosse um desastre total para a Porsche foi o Cayenne.
O SUV, renovado no final de 2023 com uma linha que inclui um modelo S com motor V8 em vez do antigo V6, viu suas vendas crescerem 21%, atingindo 77.686 unidades, tornando-se o modelo mais vendido da marca por uma grande margem.
A queda acentuada nas vendas do Taycan levanta a questão: o que a Porsche pode fazer para reverter esse cenário? Algumas possibilidades incluem a introdução de uma versão de entrada mais acessível, um redesenho mais radical ou até mesmo novas tecnologias que atraiam um público mais amplo.
Dado que o Taycan foi um modelo revolucionário para a Porsche, a montadora certamente buscará maneiras de revitalizar o interesse por seu sedã elétrico, especialmente num mercado onde a concorrência está cada vez mais acirrada.
No entanto, o desafio não se limita apenas ao Taycan. O mercado chinês, que anteriormente era a principal força motriz para as vendas globais, agora representa um grande ponto de interrogação para a Porsche e outras marcas ocidentais.
A queda nas vendas nesse mercado não afeta apenas os modelos elétricos, mas toda a linha de produtos, e será crucial para a Porsche encontrar uma maneira de recuperar terreno na região.
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