Vendas fracas da Tesla afetam até mesmo a Panasonic, que vai demitir cerca de 10.000 funcionários

tesla comparativo baterias (2)
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A queda nas vendas da Tesla está começando a atingir proporções que extrapolam os limites da montadora.

Um dos impactos mais expressivos vem da Panasonic, tradicional fornecedora de baterias para veículos elétricos.

A gigante japonesa de eletrônicos anunciou que está reduzindo as metas de produção de sua fábrica em Kansas, nos Estados Unidos, além de ter congelado os planos para uma terceira planta em solo americano.

A empresa também prepara um corte de 10 mil postos de trabalho como parte de um processo global de reestruturação.

A Panasonic foi uma das pioneiras na produção de baterias para veículos elétricos, iniciando esse caminho em 1997. Desde então, construiu uma relação simbiótica com a Tesla , com quem compartilha a produção da Gigafactory em Nevada.

panasonic energy
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A segunda unidade, em Kansas, foi concebida para ser a maior fábrica de baterias do mundo, com um investimento de US$ 4 bilhões e capacidade prevista de 30 GWh por ano.

Mas agora, a empresa afirma que essa meta só deverá ser atingida em 2027 — ou ainda mais tarde.

O recuo é atribuído, principalmente, ao desempenho decepcionante da Tesla. As vendas da marca caíram 13% no último trimestre e, apesar das promessas de Elon Musk, o tão aguardado Cybertruck está longe de alcançar os volumes previstos.

Em vez das centenas de milhares de unidades por ano, as vendas têm sido medidas apenas em milhares.

A situação já havia levado a Panasonic, em 2023, a engavetar um plano para construir uma terceira fábrica de baterias nos EUA. Cidades em estados como Oklahoma estavam na disputa para receber o investimento, que agora parece improvável de se concretizar.

O impacto, porém, não para por aí. Outras empresas do setor também estão recuando.

A Automotive Energy Supply Corp, que estava construindo uma planta para abastecer a BMW na Carolina do Sul, suspendeu as obras após enfrentar barreiras como tarifas elevadas para importar equipamentos, aço e alumínio.

A fábrica criaria 1.600 empregos, que agora estão em compasso de espera.

Kore Power e Aspen Aerogels, fornecedoras menores, também anunciaram o cancelamento de bilhões de dólares em investimentos em fábricas de baterias nos EUA.

Segundo dados divulgados, mais projetos foram interrompidos no primeiro trimestre de 2025 do que nos dois anos anteriores somados.

Tudo isso acontece em meio à ameaça de desaparecimento dos incentivos fiscais do governo Biden. O crédito federal de US$ 7.500 para veículos elétricos, um dos pilares da adoção em massa dos EVs, está chegando ao fim com a implementação do chamado “Big Beautiful Bill”.

A medida deve afetar diretamente a demanda por elétricos produzidos nos Estados Unidos, que eram os mais beneficiados pelo subsídio.

Para a Tesla, o cenário é preocupante. E para a Panasonic e todo o ecossistema ao redor da eletrificação automotiva, os sinais de alerta estão ligados.

O sonho da transição energética automotiva pode não ter acabado, mas o otimismo cego dos últimos anos definitivamente está perdendo carga.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.