Vender mais e lucrar menos: CEO da Stellantis derruba eletrificação e ameaça fechar duas marcas do grupo

antonio filosa ceo stellantis
antonio filosa ceo stellantis

A Stellantis passa por uma reviravolta interna em 2025 após mudanças de comando e uma queda significativa nas vendas.

Com a saída repentina de Carlos Tavares do cargo de CEO, quem assumiu o leme foi Antonio Filosa — e, desde então, a estratégia da gigante automotiva vem sendo redesenhada de cima a baixo.

Nos bastidores, fontes revelaram que Filosa criou o que chamou de “sala de emergência” para traçar um plano de recuperação urgente para as marcas do grupo, em especial nos Estados Unidos.

O cenário era alarmante: as vendas das marcas da Stellantis caíram 15% nos EUA no ano anterior, sinalizando que a estratégia centrada em cortes de custo e margens elevadas já não dava mais resultado.

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Diante disso, Filosa optou por inverter a lógica. Em vez de buscar margens a qualquer custo, decidiu priorizar volume, familiaridade com o público e preços mais acessíveis.

A aposta começou a mostrar resultados já no terceiro trimestre deste ano, quando as vendas na América do Norte subiram pela primeira vez em oito trimestres.

Mesmo assim, analistas não esperam que a margem operacional ultrapasse os 5% antes de 2027 — embora Filosa fale em metas ajustadas entre 6% e 8% no médio e longo prazo.

No centro dessa nova abordagem está o abandono de várias diretrizes implementadas por Tavares.

Isso inclui a redução de metas agressivas para eletrificação, o retorno do motor Hemi V8 e uma reestruturação do portfólio de produtos, agora mais voltado para o desejo do consumidor do que para pressões regulatórias.

Esse reposicionamento também foi facilitado pela mudança recente no cenário político.

Com o afrouxamento das normas ambientais nos EUA promovido pela administração Trump, a Stellantis viu espaço para flexibilizar seus compromissos com a eletrificação.

Mas nem tudo são ajustes técnicos. Fontes próximas ao alto escalão revelaram que Filosa está analisando a relevância das 14 marcas sob o guarda-chuva da Stellantis — e algumas podem não sobreviver.

Entre as marcas ameaçadas estão a francesa DS e a italiana Lancia, que ainda não provaram relevância comercial suficiente para justificar sua permanência no grupo.

A ideia é clara: enxugar a operação, cortar excessos e focar em veículos que tenham apelo real junto ao público.

Ao mesmo tempo, a Stellantis busca reconquistar a confiança dos concessionários, especialmente nos EUA, onde muitos parceiros se mostravam descontentes com os rumos da antiga gestão.

Agora, o desafio de Filosa é provar que é possível fazer a Stellantis voltar a construir carros que os consumidores realmente desejam comprar — e rápido.

Resta saber se essa guinada ousada será suficiente para reverter anos de perdas e recuperar a força da empresa em um dos mercados mais competitivos do mundo.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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