A decisão da General Motors de abandonar o Apple CarPlay e o Android Auto em favor de um sistema exclusivo, chamado Ultifi, gerou discussões acaloradas entre consumidores e fãs de tecnologia.
Baris Centinok, vice-presidente sênior de software e serviços da GM, que lidera a área de software em todos os carros da montadora, afirmou recentemente em entrevista ao podcast Decoder, do site The Verge, que está convencido de que essa escolha foi a melhor.
Curiosamente, Centinok trabalhou na Apple por uma década antes de ingressar na GM, o que torna sua defesa do novo sistema ainda mais notável.
Centinok destacou que o sistema Ultifi oferece uma integração mais profunda e personalizada com os veículos da marca, algo que ele acredita ser impossível ao depender de soluções externas, como o CarPlay.
Para ele, o objetivo da GM não é apenas entregar telas com funções básicas de espelhamento, mas sim construir uma experiência digital completa e coerente que ofereça funcionalidades inovadoras e específicas de cada modelo.
“Não estamos vendendo dispositivos com simples monitores; não somos uma empresa de telas,” afirmou.
O executivo admite que chegou à GM depois que a decisão de eliminar o CarPlay e o Android Auto já havia sido tomada, mas reforça que sistemas de espelhamento de smartphones parecem “limitados” quando comparados à experiência digital imersiva e sofisticada que a GM quer proporcionar.
Ao falar sobre a transição para o Ultifi, Centinok exemplificou o que considera inconveniências do espelhamento:
“Imagine estar rebocando na estrada e precisar trocar para uma interface totalmente diferente só para escolher um podcast. Depois voltar para o sistema de rebocagem. Ou, então, ao utilizar o Super Cruise, ter que lidar com uma navegação que não interage diretamente com o carro,” explicou.
Quanto às críticas de que o sistema próprio poderia ser um meio para GM manter controle sobre as receitas de assinaturas, Centinok afirma que o foco principal é proporcionar uma excelente experiência ao usuário.
Contudo, ele reconhece que os consumidores podem se interessar por serviços adicionais, como o próprio Super Cruise, que oferece funções de direção autônoma. A montadora também explora “algumas oportunidades” em entretenimento e até jogos, mas esses recursos são vistos como complementares e não prioritários.
Apesar das promessas, muitos usuários estão divididos. Para alguns, a decisão de não contar com o CarPlay e o Android Auto nos veículos GM limita a conectividade que muitos motoristas já apreciam, como o uso de aplicativos favoritos de navegação e streaming de música diretamente das interfaces de seus smartphones.
Já outros acreditam que o Ultifi pode abrir um novo caminho na experiência digital automotiva, com um sistema mais integrado e capaz de evoluir conforme as inovações tecnológicas.
A aposta da GM em um sistema próprio reflete um desejo da montadora de controlar todos os aspectos da interação digital dos motoristas com o veículo, algo que Centinok acredita ser mais vantajoso no longo prazo.
No entanto, resta ver como os consumidores reagirão à ausência de sistemas que já se tornaram populares e se a promessa de uma experiência “vertical e harmoniosa” com o Ultifi será realmente capaz de superar a comodidade dos sistemas de espelhamento de smartphones.
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