
A Volkswagen acaba de dar mais um passo ousado em sua estratégia de eletrificação e digitalização na China, anunciando um investimento estratégico de mais de 200 milhões de dólares (mais de R$ 1 bilhão) no desenvolvimento de chips próprios para veículos inteligentes.
A iniciativa foi revelada durante a 8ª edição da China International Import Expo e marca o início da chamada “Fase Dois” do plano “In China, For China”, com foco total na criação de uma cadeia tecnológica completa dentro do território chinês.
O desenvolvimento dos chips será liderado pela Carizon, uma joint venture entre a Cariad — braço de software da Volkswagen — e a empresa chinesa Horizon Robotics, especializada em condução autônoma.
De acordo com Han Sanchu, CEO da Cariad China, a criação dos chips de forma independente reforça o compromisso da Volkswagen com a verticalização total de seu ecossistema tecnológico, desde os algoritmos de direção até o silício dos componentes eletrônicos.
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O primeiro chip SoC (System-on-Chip) da marca deve entrar em produção entre 2028 e 2030, com poder computacional estimado entre 500 e 700 TOPS — desempenho suficiente para sustentar decisões em tempo real, maior redundância de segurança e operação estável dos sistemas autônomos, mesmo sob uso intenso.
Antes disso, a empresa pretende entregar, já em 2025, a primeira solução completa de assistência avançada ao condutor desenvolvida pela Carizon, concluindo a fase inicial de pesquisa e desenvolvimento independente da VW na China.
Esses chips serão, inicialmente, integrados a modelos do Grupo Volkswagen com funções de direção autônoma de nível 3 ou superior, todos voltados ao mercado chinês. A ideia é ampliar a nacionalização dos componentes críticos e garantir domínio total sobre o desenvolvimento e a produção local de tecnologias-chave.
O investimento atual se soma a uma série de outras movimentações estratégicas recentes da Volkswagen na China, que incluem aportes em empresas como XPeng Motors, Gotion High-Tech, ThunderSoft e JAC Motors, além da criação da Volkswagen China Technology Company — o maior centro de P&D do grupo fora da Alemanha.

Essa estrutura de pesquisa permitiu à empresa reduzir em 30% os ciclos de desenvolvimento e em 40% os custos de lançamento de novos produtos.
Outro marco importante é a introdução da nova arquitetura eletrônica CEA, que funcionará como o “cérebro e sistema nervoso central” dos próximos modelos da VW no país. A previsão é que os primeiros veículos equipados com essa plataforma comecem a ser entregues já em 2026.
Segundo planos divulgados pela montadora, a Volkswagen pretende lançar mais de 20 modelos eletrificados até 2027 e cerca de 30 veículos 100% elétricos até 2030 apenas no mercado chinês.
O objetivo é claro: transformar a operação local em um centro de inovação capaz de abastecer não só o público chinês, mas também posicionar a marca com mais força no cenário global da mobilidade inteligente.
Com chips próprios, softwares locais, parceria com gigantes da tecnologia e uma frota eletrificada crescente, a Volkswagen aposta que seu futuro global começa, de fato, na China.
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