
Se depender da Volkswagen, o futuro dos carros elétricos será como uma assinatura de streaming — só que com cavalos de potência em vez de filmes e séries.
Proprietários do modelo elétrico ID.3 agora terão que pagar uma taxa extra para acessar a performance total do veículo. Isso mesmo: a potência está lá, instalada de fábrica, mas só é liberada com pagamento adicional.
Segundo informações do site britânico da Volkswagen, as versões ID.3 Pro e Pro S possuem 204 cv (201 hp) disponíveis como padrão.
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No entanto, o veículo pode chegar a 231 cv (228 hp), desde que o motorista pague por isso.

O desbloqueio da potência pode ser feito por meio de uma assinatura mensal de £16,50 (aproximadamente R$ 110), ou com uma taxa única de £649 (cerca de R$ 3.500).
A pegadinha? Esse pagamento vitalício fica atrelado ao carro, não ao proprietário. Ou seja, se o dono vender o veículo, quem comprar leva os 27 cv extras — sem precisar pagar nada a mais por isso.
Enquanto isso, o comprador original que bancou o desbloqueio… fica a ver navios.
A Volkswagen garante que a mudança de potência não afeta a autonomia do veículo. Mas isso não alivia o descontentamento entre os consumidores.

Afinal, muitos veem a cobrança como um abuso, já que a tecnologia já está presente no veículo — apenas “trancada” por software.
Uma estratégia semelhante à da BMW, que em 2022 tentou cobrar assinatura para liberar funções como o aquecimento dos bancos. A ideia foi duramente criticada e acabou abandonada meses depois.
Marcas como Polestar também experimentam esse modelo, vendendo upgrades de performance digitais como “extras” ativáveis remotamente.
Mas o caso do ID.3 reacende o debate sobre até onde vai o limite entre inovação tecnológica e ganância corporativa.
A Volkswagen ainda não anunciou se pretende implementar esse modelo de cobrança em outros mercados, como Estados Unidos, Alemanha ou outros países da Europa.
O experimento no Reino Unido serve como teste de aceitação — ou rejeição — por parte do público.
Enquanto isso, a marca já prepara o lançamento de sua nova linha de elétricos mais acessíveis, como o ID.2, previsto para o ano que vem. Um SUV derivado deve vir logo depois, e o compacto ID.1 está programado para 2027.
Também há rumores de um “Mini Buzz” que poderia substituir o Touran. Mas com o avanço do modelo de “potência por assinatura”, a pergunta que fica é: o que mais teremos que pagar para destravar num carro que já compramos?
Se antes os consumidores reclamavam de carros com opcionais demais, agora o problema é outro: comprar o carro e descobrir que ele está “capado” até você assinar o próximo plano mensal.
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