Em um movimento estratégico sem precedentes, a Scania, marca sueca de caminhões pertencente ao grupo Volkswagen, anunciou a inauguração de sua maior fábrica no mundo, localizada em Rugao, na província chinesa de Jiangsu.
O investimento de €2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) visa abastecer o mercado chinês — o maior do planeta para veículos pesados — e também servir como base para exportações a outros países da Ásia.
Com capacidade para produzir até 50 mil caminhões por ano, a nova planta começará a operar ainda em 2025.
O volume equivale a quase metade das entregas globais da Scania no último ano, que superaram 102 mil unidades.
Veja também
Além da produção em larga escala, a unidade também servirá como centro de inovação, com foco no desenvolvimento de soluções sustentáveis e digitalizadas para o transporte rodoviário.
A estratégia da Scania é ousada, especialmente considerando o contexto desafiador do mercado chinês.
Montadoras ocidentais vêm enfrentando dificuldades para competir com fabricantes locais como Sinotruk, Dongfeng, FAW e Foton, todas apoiadas pelo governo chinês.
A Daimler Truck, por exemplo, cogita encerrar sua operação fabril no país após prejuízos significativos, incluindo uma baixa contábil de €120 milhões em sua joint venture local.
Na contramão dos concorrentes, a Scania aposta em uma abordagem modular de produção, que permite adaptar os caminhões à demanda e às exigências do mercado chinês com maior flexibilidade.
Além disso, a marca lançará no local uma nova linha de produtos batizada de “Next Era”, focada em eletrificação, eficiência energética e conectividade.
Segundo Christian Levin, CEO da Scania e também presidente da Traton SE (divisão de caminhões da Volkswagen), a presença direta na China é fundamental não apenas para expandir vendas, mas também para acelerar a inovação.
“A China tem avançado em uma velocidade impressionante. Estar aqui é essencial para desenvolver tecnologias junto a parceiros, fornecedores e universidades”, afirmou.
O executivo destaca ainda que o objetivo não é apenas fabricar caminhões para o mercado chinês, mas também criar soluções que possam ser aplicadas globalmente.
A ideia é transformar a nova planta em um polo de exportação tecnológica e de conhecimento, explorando a liderança da China em áreas como eletrificação e digitalização de veículos pesados.
Com esse movimento, a Scania reforça sua aposta no futuro sustentável do transporte e se posiciona como protagonista na transição energética do setor, desafiando tanto as marcas locais quanto as tradicionais rivais europeias que ainda buscam o equilíbrio entre presença no mercado chinês e rentabilidade.
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias
