
A Volkswagen está prestes a encerrar a produção do elétrico ID.3 na icônica “Fábrica Transparente” de Dresden, marcando uma mudança drástica no destino de um dos complexos mais simbólicos da marca.
Conhecida pelas paredes de vidro e foco em tecnologias limpas, a fábrica deixará de montar veículos pela primeira vez desde sua inauguração, o que levanta dúvidas sobre o futuro de seus cerca de 250 funcionários.
Inicialmente, a montadora previa manter apenas 135 postos de trabalho após o fim da linha do ID.3, mas uma visita recente de executivos elevou esse número para 155.
Ainda assim, cerca de cem trabalhadores seguem com o futuro indefinido.
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Para tentar reduzir esse impacto, a VW está oferecendo um bônus de €30.000 (cerca de R$ 190 mil) para quem aceitar se mudar para a sede principal da empresa em Wolfsburg, a 300 km de Dresden.
Apesar da quantia generosa, a proposta foi recebida com vaias por parte dos funcionários, segundo relatos da imprensa alemã.
Muitos enxergam a oferta como um empurrão disfarçado para deixar a unidade, em vez de uma verdadeira alternativa de estabilidade.
A fábrica de Dresden não ficará completamente ociosa: ela será transformada em um campus de inovação tecnológica em parceria com a Universidade Técnica de Dresden (TU Dresden).
O projeto mira áreas de ponta como inteligência artificial, microeletrônica, design de chips, ciência de materiais, robótica e tecnologias de economia circular.
A ideia, segundo executivos da VW Saxony, é tornar o espaço em uma espécie de “Stanford do Leste Europeu”.
Metade do espaço será alugada pela universidade, e a VW continuará financiando pesquisas em diversas frentes tecnológicas estratégicas.
A montadora garante que os empregos na unidade de Dresden estarão protegidos até 2030, com a inclusão dos trabalhadores no acordo coletivo de trabalho a partir de 2026.
Isso significa salários mais altos e melhores condições de trabalho para os que permanecerem.
O encerramento da produção do ID.3 em Dresden marca não apenas o fim de uma linha, mas também uma transição de estratégia da montadora, que aposta mais em pesquisa e desenvolvimento do que em manufatura local.
A mudança faz parte de um esforço mais amplo da VW para reestruturar sua operação diante da estagnação na demanda por EVs e da pressão por inovação tecnológica interna.
Enquanto isso, operários que ajudaram a sustentar o projeto de mobilidade elétrica da marca agora enfrentam incertezas, mesmo com promessas de investimento em ciência.
A reação dos funcionários à proposta de migração deixa claro que bônus financeiros não substituem garantias reais de estabilidade profissional e geográfica.
Com o fim do ID.3 em Dresden, a Volkswagen fecha um capítulo e tenta reescrever sua história na base da inteligência artificial — e de acordos trabalhistas tensos.
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