
A Volkswagen registrou recentemente uma nova patente que pode levar o controle dos veículos da marca a um novo patamar — ou, pelo menos, a uma nova polêmica.
A fabricante alemã está desenvolvendo um sistema de infotainment com rastreamento ocular, que permitiria ao motorista operar diversas funções secundárias do carro apenas direcionando o olhar.
A tecnologia, descrita em um documento enviado ao Escritório Alemão de Patentes e Marcas, envolve uma câmera voltada para o condutor, capaz de identificar exatamente para onde ele está olhando.
A partir dessa leitura, o sistema exibiria comandos contextuais, seja em botões universais com funções variáveis, seja por meio de hologramas projetados dentro da cabine.
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Segundo a descrição, o recurso poderia controlar desde ajustes triviais como o volume do som ou o aquecimento dos bancos, até funções mais importantes, como limpadores de para-brisa, faróis ou espelhos retrovisores.

Na prática, isso reduziria ou até eliminaria a necessidade de botões físicos, algo que diminuiria custos de produção e simplificaria o interior dos carros — ao menos do ponto de vista industrial.
O problema é que o histórico recente da Volkswagen nesse tipo de inovação não tem sido exatamente positivo.
A marca sofreu críticas duras nos últimos anos por insistir em comandos sensíveis ao toque e botões hápticos no volante, que confundiram motoristas e comprometeram a experiência de uso em modelos como o Golf e o ID.4.
A resposta veio com o novo Tiguan 2025, que trouxe de volta alguns botões físicos e um sistema de infotainment mais elogiado.
Por isso, a possível adoção do rastreamento ocular parece contraditória, já que a marca acaba de corrigir parte dos seus próprios excessos tecnológicos.

A Volkswagen ainda não confirmou oficialmente se o sistema será aplicado em veículos de produção, mas a patente mostra que a empresa continua explorando formas de digitalizar e automatizar funções tradicionalmente mecânicas.
A tecnologia poderia ser inspirada em dispositivos de realidade aumentada, como o Apple Vision Pro ou o Meta Quest, que já usam esse tipo de interação com o usuário.
Vale lembrar que marcas como BMW e Mercedes-Benz já oferecem controles por gestos — como girar o dedo no ar para aumentar o volume — com resultados mistos.
Muitas vezes, esses comandos não são mais intuitivos nem mais práticos do que um simples botão giratório.

Embora o rastreamento ocular prometa um futuro mais limpo e “inteligente” dentro da cabine, especialistas e consumidores seguem céticos: será essa mais uma ideia que parece futurista no papel, mas falha na vida real?
A Volkswagen terá que provar que olhar para um botão invisível pode ser melhor do que simplesmente apertá-lo.
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