
Ao contrário do que se esperava, a Volkswagen decidiu seguir por um caminho diferente no mercado dos Estados Unidos: em vez de apostar nos híbridos plug-in (PHEVs), como muitos imaginavam, a marca alemã vai focar em veículos híbridos convencionais (HEVs).
A informação foi confirmada pelo CEO da Volkswagen Group of America, Kjell Gruner, durante uma mesa redonda no Salão Internacional do Automóvel de Nova York de 2025, segundo apuração do site CarBuzz.
A decisão surpreende porque, atualmente, a Volkswagen oferece vários modelos PHEV na Europa, e faria sentido simplesmente exportar essas versões para o mercado norte-americano.
Mas os planos mudaram. O motivo?
A marca prefere apostar em um segmento com mais apelo entre os consumidores locais. Nos EUA, os híbridos convencionais representam cerca de 10,7% das vendas, enquanto os elétricos puros (EVs) ocupam 9,4% e os híbridos plug-in apenas 1,9%.

“Estamos investindo em híbridos. Acreditamos que, para este mercado e o que os consumidores daqui querem, os híbridos completos são a solução certa. Híbridos completos, não plug-in”, afirmou Gruner.
Segundo ele, os híbridos plug-in têm desvantagens consideráveis: adicionam peso, aumentam o custo dos materiais e ainda exigem mudança de comportamento por parte do consumidor.
“Muita gente nem tem como carregar o carro em casa”, comentou. Há ainda questões políticas e regulatórias envolvidas. Incentivos fiscais federais para carros eletrificados e tarifas sobre veículos importados colocam os PHEVs em uma posição de risco.
Gruner fez alusão a possíveis mudanças vindas da administração Trump, que ameaça acabar com subsídios para carros elétricos.

A Volkswagen também quer produzir esses novos híbridos localmente, o que exige tempo e infraestrutura. “Seria muito mais rápido importar da Europa. Mas essa não é a solução que buscamos.
Você precisa de ferramentaria local, bateria local, câmbio local… e isso leva tempo. É por isso que ainda não temos híbridos hoje”, explicou Gruner.
Segundo ele, dois modelos híbridos estão nos planos imediatos da marca para a América do Norte. Sem revelar oficialmente quais, tudo indica que se trata da nova geração do Volkswagen Tiguan e do próximo Atlas, que devem ganhar versões eletrificadas.
O Tiguan, por sinal, já aponta uma virada para um posicionamento mais sofisticado, com acabamento em madeira nobre (nogueira americana) e bancos com função de massagem nas versões topo de linha.

Essa guinada para os híbridos também vem acompanhada de um reposicionamento mais premium da marca, semelhante ao que a Volkswagen já buscou nos anos 2000 e início da década de 2010.
“Nós, como marca, temos esse toque extra de diversão, os pequenos detalhes agradáveis no carro. Isso vem das nossas raízes alemãs. A engenharia, a qualidade dos materiais, a sensação ao toque… isso é o que somos. Mas, ao mesmo tempo, precisa ser acessível. Queremos que nossos produtos sejam vistos como recompensas por quem está subindo na vida”, finalizou Gruner.

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