Com as vendas de carros elétricos mostrando sinais de desaceleração em diversos mercados, a Volkswagen está se preparando para uma nova estratégia: ampliar sua gama de modelos híbridos.

A montadora alemã vai introduzir, a partir do próximo ano, um novo sistema híbrido convencional, que não será plug-in, e que deve equipar uma ampla variedade de veículos da marca.

Segundo informações reveladas pela imprensa britânica, a tecnologia será semelhante à usada no Toyota Prius, com motor a combustão, motor elétrico e bateria — mas sem necessidade de recarga externa.

Embora a Volkswagen já ofereça diversos modelos híbridos na Europa, todos atualmente são do tipo plug-in ou mild hybrid, como é o caso do Golf GTE, uma alternativa eletrificada ao GTI que entrega 268 cv e pode ser recarregado na tomada.

Outros modelos como Golf, Tiguan, Passat Variant e até o SUV de luxo Touareg também contam com versões híbridas plug-in ou com sistema de 48 volts. A grande novidade agora será o lançamento de um híbrido convencional, que promete ser mais acessível e versátil.

O novo sistema será construído em torno do motor 1.5 TSI turboalimentado de quatro cilindros, já conhecido na linha da Volkswagen. Segundo fontes ligadas ao projeto, haverá diferentes níveis de potência, variando entre 201 e 268 cavalos.

O funcionamento será semelhante ao de híbridos como o Prius: o carro poderá rodar curtas distâncias em modo elétrico, com o motor a combustão atuando como gerador de energia quando necessário.

A estreia da tecnologia está prevista para acontecer no Salão de Munique de 2025, onde será apresentada com a nova geração do T-Roc, crossover compacto vendido na Europa, mas ausente no mercado norte-americano.

O T-Roc atual mede cerca de 4,24 metros de comprimento, sendo quase 20 centímetros mais curto que o Taos, o SUV mais compacto da marca vendido nos Estados Unidos.

Ainda não se sabe com certeza como essa mudança afetará o mercado americano, onde a Volkswagen curiosamente não oferece nenhum modelo híbrido. Por lá, a montadora aposta atualmente apenas em modelos 100% elétricos, como o ID.4 e a recém-lançada Kombi elétrica ID. Buzz.

Mas com a demanda por EVs perdendo força, a chegada de híbridos convencionais pode ser um caminho natural para manter o apelo da marca entre consumidores que buscam eficiência sem abrir mão da praticidade de abastecimento.

Vale lembrar que a nova geração do Tiguan, já confirmada para 2025, utiliza a mesma plataforma MQB Evo sobre a qual será construído o T-Roc híbrido. Isso aumenta as chances de vermos essa nova tecnologia sendo aplicada a SUVs voltados ao mercado americano num futuro próximo.

Com o Salão de Munique marcado para setembro, a expectativa é que a Volkswagen revele mais detalhes em breve, incluindo quais modelos receberão o novo sistema e em quais mercados ele será oferecido.

Para uma marca que busca equilibrar inovação tecnológica com viabilidade comercial, os híbridos podem representar a ponte ideal entre os motores a combustão e o futuro elétrico que ainda se constrói.