A Volvo desistiu de ter um portfólio 100% elétrico até 2030. O fabricante pretende manter os modelos a combustão além dessa data e nem tem previsão para extinguí-los na próxima década.
A montadora alega que a retirada de subsídios para carros elétricos enfraquece sua estratégia de ter somente carros com bateria e aponta para um lineup entre 90% e 100% eletrificado plenamente após 2030.
Como se sabe, vários países europeus cortaram incentivos para carros elétricos, em especial a Alemanha, que chegou a dar bônus de € 9.000 para compra de carros 100% movidos por eletricidade.
Dessa forma, os carros da Volvo se tornam menos vantajosos diante de players chineses, que chegam com preços melhores e são menos suscetíveis a ajudas governamentais, diferente de fabricantes europeus que possuem produtos mais caros.
Outro ponto que a Volvo indicou para sua decisão é a tributação sobre carros elétricos, já que sem subsídios, acabam pagando o mesmo que os automóveis comuns.
Por fim, o lento avanço dos pontos de carregamento complicam a estratégia da marca que, no Brasil, decidiu cobrar R$ 4,00/kWh para pressionar outras marcas, como BYD e GWM, a investirem também em redes de recarga.
A Volvo disse a manutenção de carros híbridos se dá também por “uma implantação mais lenta do que o esperado da infraestrutura de carregamento”. O que a marca nórdica tem falado é em relação à Europa, mas é muito válido no Brasil.
Aqui não existem incentivos fiscais para compra de carros elétricos que, dependendo do Estado, possuem alíquotas menores de IPVA ou mesmo isenção, assim como liberação de rodízio e vagas exclusivas para recarga.
Só que neste último caso, o Brasil continua anos-luz de distância da realidade encontrada na Europa, EUA, China e qualquer outro mercado consolidado, com uma rede pequena e super concentrada em grandes centros como São Paulo.
Ainda que empresas particulares se esforcem em criar suas redes pagas, o que já demanda uma tela deslizante do smartphone só de aplicativos, é pouco para um mercado ainda submotorizado eletricamente…
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