Um motorista de caminhão da Califórnia do Sul, demitido pela Walmart após ser falsamente acusado de fraude trabalhista, recebeu uma indenização multimilionária por decisão de um júri.
Jesus Fonseca, que trabalhou por 14 anos no centro de distribuição da Walmart em Apple Valley, foi premiado com US$ 25 milhões em danos punitivos e outros US$ 9,7 milhões por perdas passadas e futuras.
O Caso
Em 2017, Fonseca sofreu um acidente quando um veículo colidiu com seu caminhão.
Após o ocorrido, ele entrou com um pedido de indenização trabalhista e apresentou restrições médicas que impediam atividades como dirigir veículos comerciais ou realizar esforços físicos significativos.
Apesar disso, a Walmart não fez ajustes para acomodar suas necessidades e o colocou em licença médica no dia seguinte ao acidente.
Mesmo após Fonseca solicitar tarefas modificadas, como trabalhar em funções administrativas, a empresa ignorou seus pedidos. Durante esse período, Fonseca planejou viagens familiares, atividades das quais notificou a empresa.
Ele foi flagrado por um investigador particular dirigindo um trailer e realizando movimentos como curvar-se, algo que seus advogados alegam ser permitido fora do contexto de veículos comerciais.
Acusação e Demissão
Em 2018, Fonseca foi chamado pela administração da Walmart e acusado de fraude trabalhista, sob a alegação de que havia desrespeitado suas restrições médicas.
Ele argumentou que suas limitações médicas aplicavam-se apenas ao trabalho comercial e não a atividades pessoais. No entanto, a Walmart o demitiu por “má conduta grave e falta de integridade”.
Após a demissão, Fonseca enfrentou dificuldades para encontrar outro emprego, já que precisava divulgar a acusação de fraude em processos seletivos.
Sem opções, ele decidiu processar a empresa por discriminação por deficiência, retaliação, ambiente de trabalho hostil, entre outras violações legais.
Decisão do Júri e Repercussões
O júri concordou com as alegações de Fonseca, destacando que a Walmart falhou em acomodar sua condição e perpetuou uma cultura de intimidação contra motoristas lesionados.
David deRubertis, advogado de Fonseca, afirmou que a Walmart tinha como prática pressionar motoristas lesionados a retornar ao trabalho antes do tempo ou enfrentarem demissões para reduzir custos com compensações trabalhistas.
Resposta da Walmart
A Walmart, mesmo faturando quase US$ 1 bilhão por dia no mundo todo, chamou o veredicto de “ultrajante” e anunciou que tomará “todas as medidas cabíveis” para reverter a decisão. A empresa nega as acusações e promete continuar a disputa judicial.
Impacto no Setor
O caso de Jesus Fonseca lança luz sobre as práticas trabalhistas de grandes corporações e pode abrir precedentes para ações semelhantes, especialmente entre motoristas de caminhão que frequentemente enfrentam condições difíceis no local de trabalho.
A decisão marca uma vitória significativa para os direitos trabalhistas nos Estados Unidos, expondo os custos de práticas corporativas questionáveis em busca de economia.
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