Warren Buffett pula fora da BYD após 17 anos, derrubando ações e gerando dúvidas no mercado

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As ações da BYD, maior fabricante de veículos elétricos e híbridos da China, registraram forte queda nesta segunda-feira após a revelação de que Warren Buffett encerrou completamente sua participação na empresa.

A informação foi divulgada pela CNBC e rapidamente repercutiu no mercado, derrubando os papéis da montadora em até 3,6% na Bolsa de Hong Kong — uma das piores performances do dia entre as ações chinesas listadas no índice local.

O movimento marca o fim de uma era: a Berkshire Hathaway, holding comandada por Buffett, manteve ações da BYD por quase 17 anos.

O investimento começou em setembro de 2008, quando a empresa americana comprou 225 milhões de ações da então pouco conhecida fabricante de baterias e celulares, que dava seus primeiros passos no segmento automotivo.

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Desde então, o valor das ações da BYD subiu mais de 4.500% até março de 2025.

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Segundo a CNBC, um documento da subsidiária Berkshire Hathaway Energy já aponta o valor da participação na BYD como zero no encerramento do primeiro trimestre deste ano.

O processo de venda começou discretamente em 2022, quando a participação caiu abaixo de 5%, liberando a empresa da obrigatoriedade de divulgar novas movimentações conforme as regras da Bolsa de Hong Kong.

A saída total de Buffett da BYD acontece em um momento sensível para a montadora.

Em meio a uma acirrada guerra de preços no mercado chinês, especialmente no setor de EVs, as ações da BYD já acumulam queda de cerca de 30% desde o pico histórico registrado quatro meses atrás.

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A concorrência feroz e a pressão por margens menores têm gerado dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento da marca, mesmo com seu domínio no mercado interno.

Charlie Munger, parceiro histórico de Buffett, foi quem indicou o investimento na BYD após recomendação de Li Lu, presidente da Himalaya Capital.

O movimento rendeu à Berkshire bilhões em lucros, mas agora chega ao fim em meio a um cenário cada vez mais volátil no setor de veículos elétricos.

Em resposta à saída do investidor americano, Li Yunfei, diretor de relações públicas da BYD, publicou uma mensagem nas redes sociais chinesas agradecendo Buffett e Munger pelo apoio ao longo de quase duas décadas.

“Comprar e vender ações é algo natural no mundo dos investimentos. Somos gratos pelos 17 anos de reconhecimento e parceria”, escreveu ele no Weibo. Procurada, a empresa preferiu não se manifestar além da publicação do executivo.

Já a Berkshire Hathaway não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da Bloomberg feitos fora do horário comercial.

Apesar do impacto imediato no mercado, a BYD segue sendo uma potência no setor de elétricos e híbridos na China.

No entanto, a saída de um dos investidores mais icônicos do planeta — e justamente no momento em que a marca enfrenta seus maiores desafios — lança uma sombra sobre o otimismo que cercava a montadora nos últimos anos.

Para muitos, o adeus de Buffett é um sinal de alerta claro: o mercado de EVs na China já não é mais o mesmo.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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