
Os robô-táxis, que já foram sonho exclusivo do Vale do Silício, agora ganham o mundo com placas chinesas.
Enquanto empresas americanas como Waymo, Tesla e Zoox concentram testes e operações nos EUA, rivais como Baidu (Apollo Go), WeRide e Pony AI já estão operando em países como Emirados Árabes Unidos, Singapura e começam a chegar à Europa.
Segundo um estudo da BloombergNEF, as empresas chinesas já acumulam mais projetos em estágio avançado de comercialização que suas concorrentes americanas.
Embora muitas dessas operações ainda ocorram dentro da China, a expansão internacional está em ritmo acelerado, com testes ativos em Dubai, Abu Dhabi, Cingapura, Qatar, e planos para Alemanha e Reino Unido.
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A mudança de cenário expõe o contraste entre os modelos de desenvolvimento.

Nos EUA, o avanço é mais lento e depende de iniciativa privada, regulação estadual e retorno financeiro imediato.
Na China, o setor é considerado estratégico, com amplo apoio do governo e incentivos para internacionalização das empresas.
Pony AI, por exemplo, planeja ter mil veículos em operação até o fim de 2025 e já firmou parcerias com autoridades locais no Golfo Pérsico.
WeRide lançou serviços com minivans autônomas em Abu Dhabi e em breve atuará em Singapura ao lado da Grab e ComfortDelGro.
Baidu, com seu Apollo Go, testa o modelo RT6 em Dubai — um robô-táxi com sensores, comandos por voz e até função de massagem nos bancos.

O custo da operação chinesa também impressiona: o RT6 custa cerca de US$ 28.800 — bem abaixo das promessas feitas por Elon Musk com seu protótipo Cybercab, ainda sem data confirmada para produção.
No Oriente Médio, a recepção é entusiasmada.
Dubai quer 25% de sua mobilidade totalmente autônoma até 2030.
Abu Dhabi vai além: transformou as ruas de Yas Island, palco da Fórmula 1, em laboratório para tecnologia chinesa.
Após o colapso da operação Cruise, da GM, as autoridades locais fecharam acordos com WeRide, Baidu e Pony AI em questão de meses.

Hoje, é possível ver robôs circulando entre SeaWorld e Warner Bros. World com o selo “Autogo”, realizando viagens com passageiros reais e monitores de segurança a bordo.
A região ainda atrai pesados investimentos.
O fundo Mubadala de Abu Dhabi liderou um aporte de US$ 2,3 bilhões na Waymo em 2020, enquanto a Arábia Saudita investiu US$ 100 milhões na Pony AI em 2023.
WeRide foi premiada com US$ 900 mil por vencer o World Challenge for Self-Driving, reforçando o apoio institucional ao setor.
Para Jennifer Li, CFO da WeRide, o Oriente Médio é uma vitrine: “Esperamos ter algumas centenas de robô-táxis aqui em breve e tornar a operação lucrativa por veículo”, afirmou.
Nos Estados Unidos, por outro lado, a expansão esbarra em regulamentações, falta de escala e casos polêmicos.
A Waymo, mesmo líder no país, teve investigação aberta após um de seus veículos falhar ao não parar diante de um ônibus escolar.
Enquanto isso, a Tesla ainda opera com supervisores humanos em Austin, e a Zoox só circula em áreas limitadas de Las Vegas e San Francisco.
O recado é claro: a liderança no setor de veículos autônomos está se deslocando.
E se o ritmo atual continuar, o futuro dos robô-táxis pode falar mandarim antes mesmo de se tornar realidade para os americanos.
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