A Xiaomi deu início a uma grande movimentação financeira ao anunciar a venda de ações que pode render até US$ 5,3 bilhões, aproveitando o forte aumento recente no valor de seus papéis na Bolsa de Hong Kong.
A operação ocorre em um momento de otimismo no mercado asiático, com o índice de referência de Hong Kong despontando entre os que mais crescem no mundo em 2024, reacendendo o apetite por novas ofertas de ações na região.
Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, a empresa de Pequim está oferecendo 750 milhões de ações, com preços entre HK$52,80 e HK$54,60 por unidade — o que representa um desconto entre 4,2% e 7,4% em relação ao valor de fechamento anterior.
Fontes próximas à operação informaram que a demanda dos investidores já havia atingido o volume total da oferta até o final do dia 24 de março.

O movimento da Xiaomi acontece pouco depois da captação de US$ 5,6 bilhões pela também chinesa BYD, gigante do setor de veículos elétricos, reforçando o momento positivo para grandes arrecadações de capital em Hong Kong.
Após anos de desempenho fraco, o mercado de ações local parece estar recuperando fôlego e atraindo novas oportunidades.
Grande parte dos recursos levantados será direcionada à expansão da jovem divisão automotiva da Xiaomi, que vem ganhando destaque no competitivo setor de veículos elétricos da China.
A empresa recentemente revisou para cima sua meta de entregas para 2025, ampliando também os planos de construção da segunda fábrica de carros elétricos em Pequim, conforme já havia sido noticiado anteriormente.

O entusiasmo dos investidores tem sido alimentado pelos resultados da Xiaomi, que registrou seu crescimento de receita mais acelerado desde 2021.
A empresa conseguiu transferir parte de seu sucesso no setor de smartphones para o mercado automotivo, despertando comparações com o que foi a estratégia inicial da Tesla.
Com suas ações mais do que triplicando desde a mínima em agosto, a Xiaomi hoje lidera o desempenho no índice Hang Seng e figura entre as empresas de tecnologia mais valorizadas da China.
Além de acelerar a produção de veículos elétricos, a Xiaomi pretende usar o dinheiro da oferta para ampliar sua presença de mercado, impulsionar a inovação e fortalecer sua área de pesquisa e desenvolvimento, segundo os termos da operação.

Os bancos Goldman Sachs e China International Capital Corporation estão entre os coordenadores da oferta.
O forte interesse dos investidores nessa emissão é mais um sinal de que a Xiaomi tem conseguido convencer o mercado de que sua aposta no setor automotivo vai além do entusiasmo passageiro.
E com um caixa reforçado em bilhões, a marca tem agora uma nova injeção de combustível para disputar espaço na arena cada vez mais acirrada dos carros elétricos chineses.

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