
A Xiaomi Auto foi oficialmente condenada na China por propaganda enganosa envolvendo o SU7 Ultra, seu sedã elétrico de alto desempenho.
A decisão foi mantida pelo Tribunal Popular Intermediário de Suzhou, na província de Jiangsu, que rejeitou o recurso da montadora e confirmou a sentença de primeira instância.
No centro da controvérsia está o capô opcional de fibra de carbono com dutos duplos, vendido por 42.000 yuans (cerca de R$ 30 mil), que, segundo a publicidade da marca, ofereceria refrigeração extra às rodas por meio de um design funcional de fluxo de ar.
O cliente que moveu a ação descobriu, após desmontar o componente, que a estrutura interna era praticamente idêntica à do capô padrão de alumínio, sem qualquer canal funcional de ventilação ou benefício real em termos de dissipação de calor.
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A única diferença prática encontrada foi uma redução de peso de apenas 1,3 kg, algo irrelevante para desempenho ou eficiência térmica.
O tribunal determinou que a Xiaomi devolva ao consumidor os 20.000 yuans (R$ 14 mil) pagos como entrada, além de uma indenização de 126.000 yuans (R$ 88 mil) — o triplo do valor do acessório — e mais 10.000 yuans (R$ 7 mil) para cobrir custos legais.
A sentença fortalece o argumento de que houve clara violação do Código do Consumidor chinês, já que a publicidade do SU7 Ultra induziu o comprador ao erro sobre as funcionalidades do produto.
A Xiaomi chegou a tentar conter a crise em maio, oferecendo a troca para o capô de alumínio nas unidades que ainda não haviam sido entregues, além de oferecer 20.000 pontos (equivalentes a R$ 1.400) para os clientes que mantiveram o item.

A proposta foi amplamente rejeitada, tanto por compradores quanto por quem havia feito pedidos, levando à abertura de ações judiciais.
O caso ganhou repercussão nacional, e ao menos 300 proprietários se organizaram em grupos online exigindo reembolso total e compensações adicionais.
O receio agora é que a decisão crie um efeito dominó para a Xiaomi Auto, que pode enfrentar uma avalanche de ações semelhantes e prejuízos milionários, além de danos à sua reputação em um mercado altamente competitivo.
Mesmo com o sucesso inicial do SU7, a empresa terá que lidar com a repercussão jurídica e comercial de ter promovido um acessório de alto valor que, na prática, serve apenas para fins estéticos.
A sentença confirma o que muitos consumidores já suspeitavam: no caso do SU7 Ultra, pagar caro não significava receber mais desempenho — apenas aparência.
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