
A Xiaomi, gigante chinesa conhecida pelos seus smartphones, está prestes a dar um passo ainda mais ousado no mundo dos carros elétricos.
Executivos da empresa confirmaram que os veículos da Xiaomi Automobile devem chegar à Europa até 2027, marcando a primeira grande investida internacional da jovem montadora que já virou sensação no mercado chinês.
A entrada da Xiaomi no setor automotivo ocorreu há apenas quatro anos, mas o crescimento foi meteórico. A empresa lançou o SU7, seu primeiro modelo 100% elétrico, com um desempenho de vendas impressionante: 200 mil unidades entregues em apenas 119 dias.
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Na sequência, veio o SUV YU7, apresentado oficialmente em maio deste ano, que já acumula uma fila de espera de até 58 semanas. Para o SU7, a espera também é longa: cerca de 41 semanas.

A demanda está tão fora do comum que o próprio CEO da Xiaomi, Lei Jun, chegou a dizer aos clientes chineses que, se estivessem com pressa para trocar de carro, deveriam considerar rivais como os modelos da XPeng ou até mesmo o Tesla Model Y — exatamente o modelo que o YU7 pretende desafiar diretamente.
Apesar de toda essa procura, a Xiaomi já deixou claro que pretende levar seus EVs para fora da China, com a Europa como prioridade.
Em uma teleconferência com investidores, o presidente William Lu confirmou que a empresa está trabalhando ativamente para entrar no mercado europeu, mas ainda está na fase de estudos e preparação.
O reconhecimento da marca como fabricante de eletrônicos ajuda, mas a presença automotiva da Xiaomi fora da China ainda é incipiente.

Mesmo assim, a Xiaomi já começou a marcar território na Europa. No famoso circuito de Nürburgring, na Alemanha, a empresa conquistou recentemente o recorde de volta mais rápida para um elétrico de produção em série com o SU7 Ultra de quatro motores.
Além disso, conseguiu entrar no programa exclusivo de testes do circuito e firmou parcerias de marketing, incluindo o patrocínio de uma curva no traçado da Fórmula 1.
O sucesso da Xiaomi também chamou a atenção de marcas tradicionais europeias, como a Ferrari, e fortaleceu sua reputação como uma nova força no setor automotivo global.

Só no segundo trimestre de 2025, a empresa entregou mais de 81 mil veículos, um salto de quase 200% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com uma receita de quase 3 bilhões de dólares apenas com a divisão de carros elétricos, e uma margem bruta de 26,4%, a Xiaomi mostra que entrou no jogo para competir de igual para igual.
No entanto, antes de estrear na Europa, a montadora precisa resolver seus próprios gargalos logísticos e de produção dentro da China.
Para os brasileiros, o movimento ainda parece distante.
Mas, diante da velocidade com que a Xiaomi conquistou espaço no mercado automotivo chinês, não seria surpresa se, em alguns anos, seus elétricos também começassem a circular nas ruas do Brasil — ou, ao menos, influenciassem o padrão de inovação entre as montadoras locais.
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