
A Fórmula 1 está se reinventando — e nem todos vão gostar do novo caminho que a categoria está tomando.
Durante uma entrevista reveladora ao podcast italiano The BSM, o CEO da F1, Stefano Domenicali, deixou claro que tradição já não é mais suficiente para garantir espaço no calendário.
Circuitos como Imola, repletos de história e emoção, estão sendo deixados de lado para dar lugar a eventos com apelo midiático e infraestrutura moderna.
Domenicali explicou que o retorno de Imola ao calendário foi uma medida emergencial durante a pandemia, quando restrições de viagem forçaram a F1 a buscar soluções rápidas e locais com estrutura mínima.
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Agora, com a categoria atingindo um novo patamar de alcance global, ele afirma que pequenos circuitos já não fazem sentido do ponto de vista de negócios e visibilidade internacional.
Mais do que apenas uma competição automobilística, a F1 se posiciona hoje como uma plataforma de entretenimento.
Segundo o CEO, a disputa pela atenção do público não é mais apenas contra outras categorias esportivas, mas também contra plataformas como Netflix, eventos musicais e podcasts.
Para conquistar as novas gerações, a F1 precisa oferecer mais do que velocidade: precisa ser desejável, digital, compartilhável.
Domenicali foi direto ao afirmar que, para o público mais jovem, correr em Monte Carlo ou em Las Vegas é praticamente a mesma coisa.
O apego histórico que os fãs mais antigos têm por circuitos clássicos não ressoa com quem acabou de chegar. Esses novos espectadores buscam emoção instantânea e experiências grandiosas, pouco se importando com quem venceu a corrida no ano anterior.
A saída de Imola do calendário de 2026 é só o começo dessa transformação.
Mesmo circuitos como Monza e Spa-Francorchamps já não têm lugar garantido.
O recado é claro: tradição é um bônus, mas não um argumento. Para permanecer, os circuitos precisam se modernizar e agregar valor ao “produto F1” como um todo.
Com 24 corridas previstas para a próxima temporada, a categoria quer manter os fãs fiéis, mas também ampliar sua base.
Domenicali destacou que o público feminino tem crescido, assim como o engajamento de jovens que antes não se interessavam por corridas. Isso, segundo ele, é fruto de uma estratégia clara: transformar o fim de semana de corrida em um grande evento social e cultural.
No fundo, o chefão da F1 admite que o esporte vive um novo momento. O foco agora é tornar cada corrida uma experiência inesquecível, mesmo que isso signifique abrir mão de alguns dos circuitos mais lendários da história do automobilismo.
Para Domenicali, o futuro da Fórmula 1 depende de sua capacidade de se manter relevante num mundo em que a atenção do público muda de direção a cada clique.
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