
Se você está no limite do cheque especial ou atolado no cartão de crédito, saiba que as finanças da Nissan estão em situação muito, muito pior.
A montadora japonesa se prepara para anunciar o maior prejuízo líquido de sua história: algo entre 700 e 750 bilhões de ienes — o equivalente a US$ 5,3 bilhões ou cerca de R$ 29 bilhões na cotação atual.
O balanço oficial será divulgado em 13 de maio, mas a própria Nissan já adiantou que os resultados serão desastrosos.
A empresa previa anteriormente um prejuízo mais “modesto”, de 80 bilhões de ienes (cerca de US$ 560 milhões), o que por si só já indicava dificuldades. Agora, o rombo é quase dez vezes maior.
A culpa, segundo a montadora, está nas chamadas “perdas por redução ao valor recuperável”, ou impairment charges no jargão contábil — basicamente, a desvalorização de ativos nos balanços da companhia.

Só esse ajuste negativo já representa um baque de 500 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 3,5 bilhões) nas operações da Nissan na América do Norte, América Latina, Europa e Japão.
Ainda há mais 60 bilhões de ienes (US$ 420 milhões) em custos extras com reestruturações em andamento.
Esse colapso financeiro acontece em meio ao fracasso das negociações de fusão com a Honda.
As conversas com a rival japonesa, que também incluíam a Mitsubishi, prometiam um supergrupo de peso global. No entanto, a Nissan acreditava que teria status de parceira igualitária, enquanto a Honda desejava transformá-la em subsidiária.

A discordância fez o negócio desandar em fevereiro.
Com o plano de fusão enterrado, a Nissan vem tentando sobreviver por conta própria, o que se mostra cada vez mais difícil.
A empresa já anunciou o corte de 9 mil empregos, o fechamento de fábricas e a redução de sua gama de modelos para economizar mais de US$ 2,5 bilhões.
Além disso, está abertamente em busca de um novo parceiro industrial. A taiwanesa Foxconn demonstrou interesse em colaborar, mas prefere uma parceria estratégica em vez de assumir o controle da Nissan.
Os números da catástrofe financeira falam por si:
– Receita: previsão revista para 12,6 trilhões de ienes (ligeiramente acima da anterior)
– Lucro operacional: caiu de 120 bi para 85 bilhões de ienes
– Lucro líquido: previsão de prejuízo ampliada de 80 bilhões para até 750 bilhões de ienes
Mesmo após o fiasco da fusão, Nissan, Honda e Mitsubishi prometeram manter colaborações pontuais, especialmente nas áreas de eletrificação e desenvolvimento de software — setores cruciais para enfrentar a crescente concorrência das montadoras chinesas.
O cenário é alarmante.
Se não encontrar um novo parceiro ou uma forma rápida de retomar a confiança do mercado, a Nissan corre sério risco de colapso definitivo.

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