
A agência de classificação de risco Moody’s acendeu um sinal de alerta sobre a Stellantis ao mudar a perspectiva da montadora para “negativa” nesta segunda-feira, embora tenha mantido a atual nota de crédito.
A decisão reflete uma crescente preocupação com o desempenho operacional da empresa, que nos últimos meses vem enfrentando uma combinação de fatores que colocam em xeque sua rentabilidade e geração de caixa.
No relatório publicado, os analistas da Moody’s destacaram que a Stellantis — dona de marcas como Jeep, Fiat, Chrysler e Peugeot — está enfrentando dificuldades significativas desde o início de 2024.
A montadora tem perdido participação de mercado globalmente, impactada pela queda na demanda por alguns de seus modelos, redução dos estoques por parte das concessionárias e atrasos relevantes no lançamento de novos produtos.
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O cenário europeu também não tem ajudado. O mercado automotivo no continente continua pressionado por incertezas econômicas e níveis de consumo instáveis.
Do outro lado do Atlântico, a Stellantis tem sentido os efeitos das tarifas de importação dos Estados Unidos, o que também tem afetado diretamente sua margem de lucro e fluxo de caixa.
Mesmo com todos esses sinais de deterioração, a Moody’s optou por não rebaixar imediatamente a nota da montadora, que permanece em Baa2 — o que ainda é considerado grau de investimento, embora na faixa mais baixa.
A decisão de manter a nota foi justificada principalmente pela liquidez ainda robusta da Stellantis e pela sua escala global, que proporciona certa resiliência em tempos de instabilidade.
Ainda assim, o tom do relatório é de alerta.
Os analistas indicam que, se a empresa não conseguir melhorar sua rentabilidade de forma consistente nos próximos trimestres, principalmente por meio de novos lançamentos ou aumento nas vendas, uma revisão para baixo da nota de crédito pode ser inevitável.
A mudança de perspectiva, mesmo sem um rebaixamento imediato, é um golpe para a Stellantis, que já vinha enfrentando desconfiança no mercado.
Com o aumento da concorrência entre os fabricantes globais, especialmente no segmento de EVs e híbridos, a montadora agora precisa mostrar ao mercado que ainda tem fôlego para se adaptar e reagir.
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