
O plano da União Europeia de banir a venda de carros com motores a combustão a partir de 2035 acaba de sofrer um revés histórico.
A Comissão Europeia vai abandonar oficialmente a proposta nos próximos dias, segundo anteciparam líderes políticos da Alemanha.
A decisão representa um duro golpe para a política ambiental do bloco, que vinha sendo apontada como referência global.
O recuo foi liderado por Berlim, que demonstrou receio diante do avanço chinês no setor automotivo e dos impactos comerciais sobre a indústria local.
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Com a Alemanha sendo a maior economia do continente, sua influência foi decisiva para minar o apoio à medida.
O anúncio formal deve acontecer na próxima semana, com a Comissão apresentando uma nova proposta mais “aberta tecnologicamente”.
O argumento agora é que a neutralidade de carbono pode ser alcançada por diferentes caminhos, incluindo combustíveis sintéticos.
Segundo o chanceler alemão Friedrich Merz, os EVs continuam sendo uma prioridade, mas não a única solução viável.
Ele defende que o mercado e os consumidores devem escolher como querem contribuir para as metas climáticas.
A posição é compartilhada por Manfred Weber, presidente do Partido Popular Europeu, o maior do Parlamento Europeu.
Para Weber, impor um único tipo de tecnologia seria um erro estratégico que limitaria a inovação e a competitividade.
A decisão marca uma virada impressionante, já que o banimento havia sido aprovado em fevereiro de 2023 com ampla maioria.
Na época, a medida foi vista como um marco para acelerar a eletrificação da frota europeia e combater as emissões veiculares.
Mas, em meio a uma desaceleração nas vendas de EVs e tensões comerciais com a China, o tom do debate mudou rapidamente.
Especialistas apontam que as montadoras europeias estão perdendo espaço para fabricantes chineses mais agressivos e subsidiados.
Ao manter motores a combustão — inclusive com novas tecnologias — a Europa busca proteger sua indústria e dar tempo para adaptação.
Não está claro, porém, se as metas intermediárias, como a redução de 55% nas emissões até 2030, continuarão em vigor.
As consequências podem ser amplas, desde o redirecionamento de investimentos até uma reconfiguração das políticas ambientais nacionais.
O movimento europeu pode influenciar outras regiões, como América do Norte e Ásia, onde discussões semelhantes estão em curso.
Para os ambientalistas, trata-se de uma derrota significativa, ainda que o discurso oficial mantenha a promessa de neutralidade climática.
Nos bastidores, o setor automotivo celebra a nova margem de manobra, enquanto consumidores aguardam mais clareza sobre o futuro dos veículos no continente.
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