A Chevrolet Spin foi lançada no Brasil em junho de 2012, como linha 2013. Na época seus preços oficiais estavam entre R$ 44.590 e R$ 54.690.

Na linha 2019, revelada em junho de 2018, a sua primeira renovação. Ganhou frente e traseira novos, e um visual na linha do seu irmão Cobalt. Naquela ocasião, os preços ficavam entre R$ 63.990 e R$ 83.490.

Mas agora, na linha 2025, com sua segunda atualização, ela recebeu uma modificação mais completa e profunda do que a primeira, que aconteceu em junho de 2018, como parte da linha 2019 do modelo.

Continua firme sendo o mesmo carro desde então, agora com preços entre R$ 122.990 e R$ 149.250.

Índice

Preço alto, por ser única em seu nicho

A Chevrolet Spin, uma minivan, que agora é definida como crossover pela Chevrolet (tentando ganhar os compradores de SUV), sempre foi um veículo único no Brasil, o carro mais barato com sete lugares.

Agora já não o é mais, pois tem a companhia do Citroen C3 Aircross, que aliás, avaliamos recentemente aqui no NA.

Mas, dada a simplicidade extrema do modelo francês, que é uma adaptação do modelo mais simples da marca, o C3, a Chevrolet se sentiu à vontade para cobrar o valor que quisesse na atualizada Spin 2025, até porque a Spin é bem superior ao C3 Aircross, exceto na área da motorização.

Não creio que seu preço seja muito alto em todas as versões, mas no caso da versão topo de linha, Premier, o preço é bem salgado. É o que se paga quando queremos a versão mais completa daquele modelo.

No lançamento, há cerca de três, quatro meses, a Spin Premier, tinha o preço de R$ 144.990, mas agora já consta no site oficial da marca um valor de R$ 149.250, um aumento de mais de R$ 4.000.

E quando você escolhe essa bonita cor azul do modelo que avaliamos, o valor total sobe para R$ 151.100, cifra que já começa a contemplar vários modelos superiores no mercado.

Conforto ideal para famílias

A Spin, por não ter entrado em uma geração totalmente nova, e apenas se atualizado, tem seus lados negativos, mas dentre os positivos, temos o conforto interno e o espaço para famílias grandes.

Ela tem um habitáculo bem amplo, bancos confortáveis e acesso fácil por qualquer uma das portas. Leva sete passageiros com certa dignidade, ou cinco e suas bagagens no porta-malas, que é um dos maiores da categoria.

As atualizações internas, com o painel digital de 8 polegadas, que fica no mesmo plano da central multimídia de 11 polegadas, tentando dar a impressão de uma tela inteiriça, também fizeram muito bem à minivan.

Os bancos tem revestimento em um material que imita couro, com uma tonalidade azul escura, que combinou muito bem com a pintura externa.

E o acabamento no geral, teve uma atenção melhor dada pela GM dessa vez, ficando muito acima do que vemos no C3 Aircross, que não tem, por exemplo, nem mesmo qualquer área de tecido nas portas, feitas inteiramente de plástico duro.

Ah, a quantidade de porta-objetos dentro da cabine melhorou consideravelmente. Agora não falta lugar para colocar o celular, as chaves, ou outros objetos pequenos.

Desempenho e consumo do idoso motor 1.8 deixam a desejar

Apesar de usar o mesmo motor desde o seu lançamento, em 2012, a Spin teve melhorias na unidade 1.8 SPE/4 ECO, que segundo a Chevrolet, ficou até 11% mais econômico, usando um novo módulo de gerenciamento eletrônico, o mesmo usado pelo Tracker.

Isso não significa muita coisa, pois o motor do Tracker é outro. Mas dá pra notar sim que o motor ficou mais esperto, ou pelo menos a atuação do câmbio sobre ele.

Na cidade, ao sair da imobilidade, a Spin acelera como se você estivesse com o pé fundo no acelerador, mesmo que esteja pisando pouco. Isso dá uma sensação de vigor.

Mas, um motor arcaico, com 1.8 litro e sem turbo, vai sempre mostrar seus sinais de cansaço, além de ter um consumo bem alto.

Segundo o Inmetro, o consumo de gasolina deveria ficar na faixa de 10,5 km/l na cidade, com gasolina.

Mas nos nossos testes, onde andamos cerca de 200 quilômetros em trechos urbanos, tivemos a média de 8,7 km/l, também com gasolina, em uma cidade plana, com amplas avenidas com limite de velocidade de 70 km/h.

Suspensão bem adaptada ao Brasil

A Spin 2025 mantém aquela característica suspensão confortável dos modelos da Chevrolet, algo que hoje já não é mais característica de todos os modelos da marca, mas é até certo ponto firme, não chega a ser molenga.

Temos uma atuação bem confortável para uso urbano, absorvendo bem os buracos e obstáculos, mas aqui, temos uma inversão com o C3 Aircross.

O modelo da Citroen é mais confortável. Consegue dar ao motorista a possibilidade de passar mais rápido pelos obstáculos, sem se importar tanto.

Pacote de equipamentos quase completo

Agora com faróis e lanternas em LED, painel digital, seis airbags de série, câmera de ré, ar-condicionado digital e automático, e também frenagem de emergência, o pacote da Spin Premier 2025 ficou quase completo.

Dentre os equipamentos da versão mais cara, alguns são exclusivos dela: ar-condicionado digital, sensor dos faróis, sensor de chuva, partida no botão, frenagem de emergência e o sistema de carregamento de celular por indução, que aliás, deixa de carregar seu aparelho se ele se movimentar alguns poucos milímetros.

O que podemos citar que ficou de fora, em termos de equipamentos, foi o piloto automático adaptativo, equipamento existente hoje em modelos bem mais baratos que a Spin.

O ar-condicionado poderia ser dual zone, pelo preço em que a versão Premier está.

E também, é claro, faltou uma motorização mais moderna.

Roteador wifi bem útil

A Spin 2025 vem com roteador wifi nativo, que é colocado no modelo como item de série em todas as versões, junto com a projeção de tela Android Auto e Apple Carplay totalmente sem fio.

Se você mora em uma cidade grande, com conectividade 5G que funciona bem em todos os lugares, pode parecer que esse item não será muito útil no dia-a-dia, mas pudemos comprovar que em garagens subterrâneas, embaixo de shoppings centers e grandes supermercados, o roteador do carro faz toda a diferença.

A Chevrolet explica seu bom funcionamento pelo fato de ter uma antena amplificada com sinal de internet, que chega a ser até 12 vezes mais estável do que a conexão do nosso celular.

Ao usar o aparelho nestes locais cheios de concreto que citei acima, a conectividade cai de 5G para 3G, e ainda por cima um 3G totalmente inoperante, onde você nem mesmo consegue mandar uma mensagem de áudio.

Com o roteador da Spin, que se comporta no celular como uma simples conexão wifi, igual aquela que temos em casa, parecia que estávamos usando 5G novamente, ao ar livre. A velocidade e o tempo de resposta foram muito bons.

O sistema suporta até sete aparelhos simultâneos, um para cada ocupante do carro, o que é bem interessante.

Brutalidade no sistema de frenagem de emergência

Testamos durante uma semana a Spin Premier. Mas já nos três ou quatro primeiros dias de uso, tínhamos acumulado uns seis ou sete acionamentos indevidos do sistema de frenagem de emergência.

Ele sempre entra em ação da maneira correta, quando o carro da frente reduz muito a sua velocidade, bruscamente. Até aí tudo bem.

O problema é que essa ação sempre acontece antes do momento em que será realmente necessário frear o carro de uma vez. Ele poderia ter deixado o motorista frear.

E como a frenagem é bruta e forte, isso trouxe um incômodo, por se saber que ao usar o veículo, você vai sempre ser surpreendido com isso, algo que não aconteceu com outros modelos que testamos nos últimos meses.

Mas, acredito que isso seja bem fácil de se resolver. Basta o sistema ser regulado para acionar dois ou três décimos de segundo mais tarde.

Resumindo

No final das contas, a Spin é uma minivan para quem quer um pacote mais completo de equipamentos do que o C3 Aircross, e também quer uma vida mais confortável a bordo.

Mas, essa pessoa precisa rodar pouco por mês, pois se andar muito, deve pensar bem no motor 1.0 Turbo do C3 Aircross, que é bem mais econômico.