O Citroën C3 Aircross foi o segundo modelo do projeto C-Cubed que a marca francesa emplacou no Brasil, atuando como sucessor da primeira geração, baseada numa minivan.
Desta vez, o produto é um SUV compacto com aspecto bem distinto do segmento e com uma proposta que esbarra apenas num concorrente, o Chevrolet Spin de sete assentos.
Mas, diferente do modelo da GM, o Novo Aircross traz um recurso interessante, que faz toda diferença quando se faz opção de uma das alternativas de uso do SUV do duplo chevron.
Como você já viu, temos uma Avaliação NA do Aircross de cinco lugares, onde destacamos sua simplicidade extrema, mas com este de sete, verá serem carros um pouco diferentes.
Na versão Shine, a topo de linha, avaliamos o Citroën C3 Aircross com sete lugares, que custa R$ 138.590.
OBS.: No momento, o modelo topo de linha está com R$ 18.000 de desconto, sendo negociado nas concessionárias por R$ 120.000, um valor bem mais interessante.
Disfarça bem por fora
O Citroën C3 Aircross 7 tem um visual exterior que não difere da versão de cinco assentos, destacando-se pela frente volumosa com faróis simples e duas barras de condução diurna em LED.
Com suspensão de 200 mm de altura livre, o Novo Aircross destaca ainda as rodas em cruz com aro 17 polegadas e pneus 215/60 R17.
A carroceria é longa e esguia, com o Aircross medindo 4,32 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,68 m de altura e 2,67 m de entre eixos. Essa forma lembra o extinto Renault Captur e faz o Citroën parecer maior do que realmente é.
Na traseira, as lanternas chanfradas se apoiam num conjunto elevado e sólido, sustentado pelas colunas C e suas diminutas vigias.
Por dentro, o ambiente reflete a proposta do C3, sendo a de um carro de baixo custo que concorre com produtos mais elaborados e isso é um erro.
Ainda que apele para o bom visual exterior, dentro o acabamento é simples e só se sobressaí em relação ao irmão menor pelo cluster digital de 7 polegadas, massa compartilha a multimídia de 10 polegadas.
Com teto baixo, o Novo Aircross expõe ainda o extensor de ar condicionado no teto, que nos faz lembrar daquelas vans chinesas com motor 1.0… O recurso é para aumentar o conforto dos que vão atrás.
Falando neles, quem vai na terceira fileira não consegue ajustar o assento longitudinalmente, como na versão de cinco assentos, mas acessa a ventilação forçada no teto.
Já na terceira fileira, o espaço é bem reduzido e lembra a Spin de sete lugares antes de ganhar ajuste da segunda fileira. No Novo Aircross 7, o espaço fixo é feito apenas para duas crianças ou adultos de baixa estatura.
A vantagem sobre a Spin é os assentos serem individuais e isso ajuda quando sobre um lugar e se deseja colocar mais bagagem ou compras. Mas, ele não apenas rebate.
A Citroën usa os mesmos assentos do antigo Peugeot 5008 e ambos são removíveis facilmente, bastando puxar uma alça. Leves, podem até mesmo ser colocados em bolsas grandes vendidas como acessório na rede Citroën.
Isso permite que rapidamente se retire um ou os dois assentos, garantindo o espaço do bagageiro apenas para o que se quer colocar lá, já que são 398 litros.
O volume é menor que o do Aircross de cinco lugares, que tem 493 litros, devido ao posicionamento da segunda fileira e ao assoalho, plano no Aircross 7.
Esse recurso é para fixação dos assentos extras, fazendo com que o estepe passe de dentro para fora na versão de sete lugares. O de menor capacidade tem estepe interno, mais seguro contra roubos.
O painel tem ainda ar condicionado manual, mas paga-se R$ 500 para ter um display digital como no Basalt.
Apoio de braço para o motorista e vidros traseiros com botões centralizados são algumas das características do projeto. Não gostamos de um detalhe que contaremos adiante…
Bom de andar, ruim de ruído
O Citroën C3 Aircross 7 tem um motor forte, o GSE 1.0 Turbo com seus 125 cavalos na gasolina e 130 cavalos no etanol, ambos a 5.750 rpm. Gerando 20,4 kgfm a 1.750 rpm, o propulsor sobra no SUV compacto de 1.272 kg.
Mesmo usando câmbio CVT com simulação de sete marchas, sem paddle shifts, o Novo Aircross é bem ágil com o conjunto motriz, tendo saídas fortes para sua proposta e boas retomadas.
Acima de 3.000 rpm, o CVT começa a deslizar e se torna um tanto letárgico, mas isso é o normal dele. Nem é preciso recorrer ao modo Sport, que em alta ameniza um pouco a lentidão de resposta do CVT.
Como a versão de cinco lugares, o SUV com sete assentos é conduzido com folga no meio urbano, podendo-se manter o giro na casa dos 1.500 rpm e não se preocupar com força.
Na estrada, seu comportamento é aceitável, mantendo o giro pouco acima de 2.000 rpm em cruzeiro e garantindo uma viagem agradável.
Mesmo 56 kg acima do peso da versão, a versão de sete assentos tem consumo parecido com o de menor capacidade, com 8,8 km/l na gasolina quando na cidade.
Realmente, como já dito, o problema do GSE 1.0 Turbo é o consumo urbano, mas parece que isso foi resolvido com o sistema híbrido flex Bio-Hybrid, ainda não disponível na Citroën.
Na estrada, ele fez 17,5 km/l a 80 km/h, 14,4 km/l a 100 km/h e 10,5 km/l a 120 km/h, todos com gasolina no tanque. Assim como o outro, seu comportamento é bom, mas um detalhe não agradou.
Com boa direção elétrica, bem responsiva e firme, o Novo Aircross tem ainda freios adequados nessa configuração de sete pessoas, além de estabilidade satisfatória, contornando bem as curvas e não perdendo o caminho em mudanças bruscas de direção.
A altura da suspensão é ótima e garante conforto e segurança diante de valetas e lombadas, mesmo as mais escabrosas que você geralmente encontra pelo caminho.
Para ruas de pavimento ruim e mesmo de terra batida, o Citroën C3 Aircross 7 se mostra bem, ainda que haja ruídos internos oriundos da rodagem e certa vibração estrutural.
Isso é um reflexo claro de seu projeto de baixo custo, que retirou até itens de assistência ADAS, tendo somente um piloto automático simples.
Ruim de fato, porém, é o som das molas dos bancos dianteiros, que parecem como sofás velhos. O ruído é tão irritante que é preciso ligar o som alto para não ouvir um indicativo de carro bem velho num veículo quase zero km.
Compraria?
O espaço interno é interessante, ainda que a altura interna não. O conforto é relativo e o ruído dos bancos incomoda demais.
A praticidade dos assentos móveis e o design exterior ajudam, bem como o bom desempenho, apesar do consumo urbano.
Com um pacote básico, o Citroën C3 Aircross 7 deve muito para custar R$ 138.590. Tanto é que a própria marca se dá conta disso e é possível comprá-lo em promoção por R$ 120.190.
Nesse caso da promoção, já compensaria por ser menos que o valor da Chevrolet Spin LT7. Então, caso os sete lugares fossem imprescindíveis, sim, compraria. Mas, somente por isso.
Citroën C3 Aircross 7 2025 – Galeria de fotos
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