
Já testamos o Pulse Hybrid por duas vezes, aqui no Notícias Automotivas, e o Fastback Hybrid apenas uma vez, por isso avaliamos o modelo cupê novamente.
Muito se comenta na internet que este sistema muda muito pouco o comportamento dos modelos, em relação ao powertrain anterior, sem a adição do sistema híbrido (bem) leve.
Mas, como a tendência é que a Fiat ofereça somente os híbridos, e retire de linha os modelos anteriores, pelo menos nas versões intermediária e superior, chamadas Audace e Impetus, o que temos para comparar é um modelo híbrido com o outro.

Números invertidos de consumo
Apesar do Pulse ter números melhores de consumo do que o Fastback, pelo menos nas aferições oficiais do Inmetro, nas nossas avaliações, os números se inverteram.
Nas duas avaliações iniciais, feitas pelo editor Ricardo de Oliveira, o Fastback teve consumo pior do que o Pulse, alcançando míseros 7,5 km/l, contra 8,0 km/l do irmão menor, sempre com gasolina no tanque, números que foram verdadeiramente desanimadores.
Mas nas duas avaliações que eu fiz, tanto a do Pulse Audace, quanto a deste Fastback Impetus, os números foram melhores para o irmão maior, com 10,6 km/l nele, versus 9,4 km/l no Pulse.
E olha que pela quilometragem rodada em cada um, era pro Pulse ter se saído melhor, já que ele tinha quase 7.000 km, contra apenas 4.200 km do Fastback.

Preço maior, benefícios maiores
Com o Fastback Impetus Hybrid custando R$ 165.990 hoje, um valor salgados R$ 21.000 maiores do que o Pulse exatamente na mesma versão, pode parecer que fica difícil justificar pagar quase 15% a mais pelo cupê.
Mas, além do fato do Fastback ocupar uma posição mais elevada no portfólio da marca, isso se reflete no pacote de itens oferecido.
Além da carroceria em formato cupê, aquela que tantos tiram sarro por aí, ele tem rodas de 18 polegadas, um acabamento interno um pouco melhor e mais sensação de espaço.
O porta-malas com 516 litros é um dos maiores da categoria, e a dupla de freio de estacionamento eletrônico e o carregador de celular por indução são algumas coisas a mais que fazem do Fastback uma melhor escolha, se a decisão for fechada por comprar um modelo “híbrido” da Fiat.

Alguns problemas do carro que testei
O Fastback Hybrid apresentou alguns problemas no nosso período de avaliação, que simplesmente não apareceram no teste do Pulse Hybrid.
Quando o Fastback estava com o motor frio, logo ali nos primeiros cinco minutos de uso do carro naquele dia, se o acelerador estava pressionado apenas um pouco, ou até a metade, o carro ficava com aquelas falhas características de um carro carburado a álcool, que acabou de ser ligado.
Encontramos algumas reclamações de proprietários no Reclame Aqui, indicando um comportamento similar ao carro que testamos.

E também notamos algum problema no sensor de colisão dianteiro, que fica indicando, intermitentemente, que o carro está perto de bater em alguma coisa, quando na verdade não existe nada na frente do veículo.
Uma postagem em um grupo do Facebook, de proprietários do modelo, indica que o causador dessa anomalia é a existência de alguma sujeira no parabrisa, à frente do sensor, que fica acima do espelho retrovisor interno.

A Fiat bota tanta fé no “híbrido”, que ele custa quase o mesmo que um Limited Edition
O problema que o Fastback Impetus tem hoje, com tantos sucessivos aumentos de preço, é que ele está custando apenas R$ 3.000 a menos do que a versão Limited Edition do modelo.
Como o Fastback Limited é um modelo topo de linha, com motor 1.3 Turbo de 185 cavalos, ele também conta com detalhes de acabamento mais sofisticados, que deixam claro que se trata de um modelo superior, quando está ao lado do Impetus.
Sinceramente, não consigo ver em que situação a compra de um Impetus 1.0, mesmo sendo híbrido leve, teria vantagens perante um Limited Edition.
A menos que a pessoa irá rodar muito, e a diferença no consumo vai fazer muita diferença. De acordo com o Inmetro, o consumo do Impetus Hybrid na cidade é de 12,6 km/l, contra 11,3 km/l do Limited.

E olha que no caso do Limited Edition não temos aquela característica do modelo Abarth, que pode ser bem irritante para pessoas mais velhas, conservadoras, ou com alta sensibilidade auditiva, que é o ronco grave e esportivo, o tempo todo.
Conclusão
No fim das contas, o Fastback Impetus Hybrid não se justifica para quem busca economia de combustível.
O preço mais alto não compensa, e a eletrificação leve não trouxe os ganhos esperados no consumo urbano.
A exceção são os moradores da cidade de São Paulo, onde o modelo garante isenção de rodízio e 50% de desconto no IPVA — o que pode ajudar a equilibrar a equação para quem usa o carro todo dia na capital paulista.
Mas, como no momento, apenas o modelo híbrido está sendo vendido, “é o que tem pra hoje”.


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