
Querendo dar um destaque a mais para o Pulse e para o Fastback, modelos que foram lançados no Brasil, respectivamente, em outubro de 2021 e setembro de 2022, a Fiat escolheu a dupla para lançar seu novo sistema híbrido leve.
Ele adiciona um motor elétrico que ajuda pouca coisa, adicionando 4 cavalos e 1 kgfm de torque, e deixando o Fiat Pulse mais econômico e também menos poluente.
Tudo isso seria ótimo se a marca não tivesse adicionado R$ 6.000 ao valor, o que, sinceramente é muita coisa, chegando a um total de R$ 129.990 para uma versão intermediária mais altinha do Argo, sem muito requinte, com bancos em tecido e volante sem forro em couro.

Lembrando que o modelo foi lançado a R$ 125.990 em novembro do ano passado, e até agora, já ficou R$ 4.000 mais caro.
E no final das contas, o consumidor não tem como escolher o modelo híbrido ou não, já que o configurador do modelo no site da Fiat não mostra mais o Pulse Audace sem ser híbrido.
E, já que essa é a realidade para o comprador do Pulse, vamos falar das qualidades e defeitos do Audace híbrido:

Bastante conforto na cidade
Você pode ter uma opinião diferente, mas para mim, um carro para ser usado estritamente em ambiente urbano precisa ter uma suspensão macia, também bancos macios, e manter sempre as rotações baixas, com menos ruído e um consumo mais comedido.
Além disso, uma direção bem leve. E isso já é uma característica geral do Pulse, quer você compre um modelo usado lá de 2021, como modelo 2022, ou se você comprar esse híbrido zero quilômetro.
A regulagem do conjunto motriz 1.0 Turbo é bem similar entre todos os modelos da Stellantis, e isso é uma coisa boa.

O câmbio CVT deixa o motor sempre com rotações mais baixas, mas nesse ponto já podemos dizer que o Pulse Hybrid não é o mesmo Pulse de sempre.
Fica bem nítido ver como o motor “mil” trabalha mais tranquilo, parece que tomou um calmante.
Isso é alcançado pela unidade elétrica, que auxilia o motor principal a trabalhar mais relaxado, afinal, ele já não precisa se esforçar tanto, especialmente se você estiver rodando em uma cidade que é bem plana.

Muito marketing no nome
Para quem não é muito familiarizado com o mundo automotivo, ao ver uma propaganda de um Pulse híbrido, ou mesmo de um Fastback híbrido, vai acabar achando que se trata de um veículo que funciona algo parecido com o Corolla ou o Corolla Cross híbridos.
Mas não é bem isso, não temos percursos, mesmo que bem curtos, onde o carro rode usando apenas o sistema elétrico, como se fosse um EV.
O sistema híbrido mais leve, e também mais barato, no caso chamado de MHEV, ou Mild Hybrid, é chamado, por muitos de “um híbrido que não é híbrido de verdade”.
Isso vai de opinião, quer você ache que um pequeno motor elétrico (que substitui o alternador) que apenas auxilia o motor principal é híbrido ou não.

Na prática, quais são as diferenças?
A primeira coisa que você vai perceber de diferente no Pulse híbrido é que a partida do motor é bem diferente.
O som é mais ou menos como se você tivesse pegado o carro no tranco, o motor parece que desperta mais lentamente.
Outra diferença grande que notei na semana em que fiquei com o Pulse é que o sistema start/stop entra em ação mais frequentemente, para desespero daqueles que o odeiam.

É claro que isso ajuda no consumo. Se, na outra avaliação que fizemos aqui no NA, com o modelo, conseguimos apenas 8,0 km/l na cidade, dessa vez atingimos 9,4 km/l.
Talvez a diferença tenha sido pelo fato de, na primeira avaliação, termos testado um carro com 2.700 km rodados, e na segunda, um com mais de 6.000 km.
Mas, de qualquer maneira, ainda é um consumo bem próximo do que tivemos com o Renault Kardian manual e com o Citroen Basalt, modelos que não são híbridos, e portanto, não tem um sistema caro de fazer manutenções.
Mas, um detalhe que achei bem irritante é que o start/stop (que é sim mais suave nas partidas, do que sistemas convencionais) entra em ação um bom tempo depois de você parar com o carro.

Explicando: Parou o carro em um semáforo. O motor se desliga apenas uns 5 ou 10 segundos depois, dependendo da situação.
Muitas vezes ele foi acionado imediatamente, como em qualquer outro carro.
Mas essa demora, várias vezes trouxe desconforto. Tive algumas ocasiões onde o semáforo acabou de abrir, e os carros começaram a andar. Justamente nesse momento o motor se desligou, e toma buzinada de quem está atrás.
Outro ponto negativo do start/stop é que ele não pode ser desligado.

Infelizmente passamos de sistemas que podiam ser desligados em definitivo para sistemas que exigem um aperto no botão para desligar, toda vez que se usa o carro, para finalmente, passarmos a sistemas que não podem ser desligados. Um retrocesso.
A diferença que o sistema híbrido leve fará na decisão de compra
Não creio que este sistema fará muita diferença na hora das pessoas decidirem que carro novo comprar.
Primeiro, a diferença no consumo urbano é muito pouca, levando-se em conta que o sistema híbrido será bem mais caro para manutenção do que um Pulse apenas 1.0 Turbo.

São 10% de melhora no consumo por um preço de R$ 6.000. Com certeza vai demorar muito para recuperar esse valor a mais.
Segundo, o Pulse mesmo, já é oferecido apenas com o conjunto híbrido, para essa versão. Abaixo dela, apenas o Drive 1.3. Acima dela, temos apenas o Impetus também híbrido, e depois o Abarth.
Não existe mais a opção de de escolher o híbrido ou não.
Terceiro, outras marcas também lançarão modelos híbridos leve e daqui alguns anos, esse será o padrão do mercado.

Quem precisa de um modelo bem econômico na cidade pode muito bem comprar um Corolla híbrido usado, com baixa quilometragem.
Com isso, conseguirá um consumo tão melhor, que a economia compensará os valores maiores de manutenção de um sedã médio.

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