O Novo Honda City faz sua estreia com duas carrocerias e a primeira a alcançar o consumidor brasileiro é o sedã, maior e com mudanças importantes na segurança e conectividade.
O sedã compacto da Honda tem quase porte médio, com 4,54 metros, mas manteve o entre-eixos. Além do visual atualizado, traz um novo motor 1.5 com injeção direta flex e 126 cavalos.
Assim como no anterior, o CVT foi mantido e para cobrir o buraco deixado pelo Civic, adotando parte das tecnologias do irmão médio, que chegará importado do Canadá ou EUA.
Custando R$ 123.100, o Novo City na versão Touring mescla simplicidade e detalhes mais sofisticados, tendo uma proposta equilibrada, mas que de maneira alguma se compara ao que foi o Civic.
Índice
Por fora…
O Novo City Sedan é discreto, mesmo com faróis full LED na dianteira, dominada pela já cansada barra cromada, que poderia ter sido substituída.
As rodas de liga leve têm aro 16 polegadas, mas parecem de 15 polegadas, revelando que o City poderia ter aro até maior e ainda assim apresentaria um visual equilibrado.
Na traseira, as lanternas em LED horizontalizadas e ressaltadas, dão mais prazer ao olhar o carro. A antena barbatana apenas reforça a proposta dessa versão Touring.
Nela, os retrovisores são rebatíveis eletricamente e há sensores nos para-choques, além da câmera lateral fixa do sistema Lane Watch, que permite visualizar o ponto cego lateral.
Por dentro…
Discreto por fora, o Novo City Sedan não se esforça muito no interior, ainda que o painel seja totalmente novo.
O acabamento em couro branco se estende em parte do painel, passando pelas portas e indo até os assentos, que no City Touring possuem função de correção corporal.
São confortáveis e se ajustam bem ao corpo, mas não possuem ajustes elétricos. O novo volante é bem atraente e possui comandos fáceis. Em couro, tem paddle shifts.
A multimídia com tela de 8 polegadas possui projeção sem fio para Android Auto e Carplay, o que ajuda muito, mas com Waze em uso prolongado, melhor usar a fonte de 12V.
Ela tem câmera de ré com três vistas, assim como o Lane Watch. Os comandos são intuitivos, mas há um bloqueio do USB com o Wi-Fi em uso, impossibilitando ouvir música e navegar.
Abaixo, o ar-condicionado automático dá conta do recado e ainda tem difusores de ar traseiros. Falta no City Touring um carregador wireless para smartphone.
No teto, o retrovisor eletrocrômico dá as boas-vindas, mas os espelhos nos para-sois incrivelmente não têm sequer iluminação. Nesse toma lá dá cá, tem partida remota na chave e freio de mão mecânico.
Ausente também está um teto solar elétrico, o que ajudaria na proposta do City. Com seis airbags, tem ainda Isofix e apoio de braço traseiro, além de ótimos 519 litros no bagageiro.
De volta ao painel, ele tem um cluster análogo-digital com múltiplas opções, inclusive com o tacômetro imitando um formato circular. Com botão de partida pulsante, o City Sedan não surpreende.
Seu sistema de som com tweeters nas colunas agrada, mas não mais que o espaço interno, muito interessante para quem vai atrás. Dá para cruzar as pernas sem bater nos encostos.
Por ruas e estradas…
Equipado com o novo motor L15B, o Novo Honda City Sedan não tem o mesmo propulsor do anterior, embora a grosso modo pareça.
Com quatro cilindros e bloco de alumínio, o L15B tem cabeçote com duplo comando variável i-VTEC e sistema VTC, garantindo assim um bom desempenho para seus números.
Tendo 1.497 cm³, o 1.5 i-VTEC ou VTC tem ainda injeção direta com sistema flex por pré-aquecimento. Com bom nível de ruído, o propulsor é moderado no funcionamento.
São 126 cavalos independentes do combustível usado e obtidos a 6.200 rpm. Já os torques são de 15,5 kgfm no primeiro e 15,8 kgfm no segundo, igualmente a 4.600 rpm.
Graças ao CVT de sete marchas virtuais e modo Sport, o City Sedan tem um desempenho adequado. Vai de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos e tem máxima de 175 km/h.
Os números não empolgam, nem mesmo enfiando o pé até o fundo e vendo o ponteiro virtual alcançar pouco mais de 6.000 rpm, cortando então sua força.
No dia-a-dia, o City Sedan anda entre 1.500 rpm e 2.000 rpm, o que é ótimo para conforto e economia. A calibração do CVT garante saídas espertas, mas não muito longas.
Quando passa dos 3.000 rpm, o motor começa a ficar lento. No modo Sport, você ganha quase 1.500 rpm a mais e o motor enche, mas mesmo assim, a linearidade manda sua conta.
Para quem aprecia o conforto de um CVT, o City Sedan é um prato cheio. Em ultrapassagens e retomadas, é necessário ir próximo dos 3.000 rpm.
É suficiente e ele dá conta do recado, pelo menos. Na cidade, é esperto nas saídas e silencioso na maior parte do tempo. Na estrada, mais gostoso de dirigir, chegando a 2.000 rpm a 110 km/h.
Os paddle shifts ajudam a dar uma pitada melhor ao tempero do Novo Honda City, mas ele está longe de ser um sleeper.
O isolamento acústico e a montagem do acabamento são bons, comprovados com o bom ajuste da suspensão, apesar de a traseira ter um curso menor que o desejável.
A direção elétrica é bem leve e precisa quando necessário, tendo ajuste de altura e profundidade da coluna. Os freios atuam bem e a estabilidade dinâmica é ótima.
A suspensão filtra bem as irregularidades e a maciez é o foco, mas ainda assim, nas curvas, o Novo City segura bem. Vestido pelo carro, conseguimos médias de consumo diferentes.
Na cidade foram “apenas” 11,5 km/l na gasolina, em um percurso totalmente plano, ainda assim ficando longe dos 13,1 km/l do Inmetro. Já na rodovia, contudo, o City Sedan dá o troco com média de 17,1 km/l, acima dos 15,2 km/l oficiais.
Os números foram obtidos sempre com o modo Econ ligado, nesse caso, o que não depõe contra o desempenho. No Normal, ele responde um pouco melhor e bebe mais, seu uso compensa.
O tanque de 44 litros é pequeno, mas quem já teve Fit, City e WR-V, sabe bem que não tem para onde correr. Falando na família, este sedã não tem mais o sistema Magic City (ULT).
Em segurança, além dos seis airbags, o volante do City Sedan 2023 dispõe de alerta de manutenção de faixa contínua e de invasão de faixa segmentada.
A direção corrige em ambos e o sensor no para-brisa centra o carro direitinho na faixa, mesmo nas curvas, virando o volante por conta própria.
Fora o alerta de colisão com frenagem autônoma, o Novo City tem ainda farol alto automático, bem útil em viagens noturnas e controle de cruzeiro adaptativo, que confere mais segurança.
Os faróis full LED conferem boa iluminação e há faróis de neblina. No geral, é um desempenho esperado no Honda City, que conservou muito do DNA da família na mecânica.
Por você…
O novo Honda City Touring tem o pacote Sensing como vantagem, bem como multimídia sem fio para projeção dos úteis navegadores e alguns de seus aplicativos.
Tem até partida remota, assim como entrada presencial e botão pulsante na ignição. O acabamento claro ajuda na percepção da qualidade, mas suja fácil, não se esqueça disso.
Com mecânica 1.5 dotada de injeção direta, o menor consumo é atribuído a esse recurso. Faltam coisas como teto solar, rodas maiores e recarga indutiva, por exemplo.
Pedir motor turbo é bom? Sim, mas desde que o consumo corresponda. Por ora, não sabemos quanto ele faria, mas se focarmos nesse aspecto, o novo 1.5 VTC cumpre bem seu papel.
No mercado? O Virtus entra no combate apenas com a versão Comfortline e com tudo dentro, por R$ 120.220. O propulsor é ótimo, mas faltam muito itens opcionais…
Já o Versa Exclusive aparece por R$ 121.190, tendo câmera em 360 graus, mas o motor é fraco. Por fim, o Yaris Sedan XLS peca no propulsor insuficiente e no porta-malas pequeno por R$ 118.490.
Assim, com os principais rivais postos (a GM novamente retirou os preços do site…), o Novo City Sedan tem uma proposta equilibrada, com confiabilidade e baixa desvalorização.
Neste mar de preços altíssimos, acaba valendo a pena perante os concorrentes.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Honda City Touring 1.5 CVT 2023
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, flex
Cilindrada – 1.497 cm³
Potência – 126 cv a 6.200 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 15,5/15,8 kgfm a 4.600 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – CVT com sete marchas virtuais e trocas nos paddle shifts
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 10,8 segundos
Velocidade máxima – 175 km/h
Rotação a 110 km/h – 2.000 rpm
Consumo urbano – 11,5 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 17,1 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e tambores traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 16 com pneus 185/55 R16
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.549 mm
Largura – 1.748 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.477 mm
Entre eixos – 2.600 mm
Peso em ordem de marcha – 1.170 kg
Tanque – 44 litros
Porta-malas – 519 litros
Preço: R$ 123.100
Honda City Touring 2023 – Galeria de fotos
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