
O Novo Nissan Kicks surge como uma boa segunda geração do SUV compacto que conquistou seu espaço no mercado brasileiro, porém, este aparece para subir no salto.
Embora aqui tenha ficado em segundo nos planos de eletrificação da marca japonesa, o Kicks anterior vendeu e continua vendendo bem, então a Nissan espera o mesmo deste.
Nesta versão Sense, a de entrada, o Novo Kicks mostra que o foco em dirigibilidade se ampliou e que a preocupação com a segurança, no caso da assistência, foi revigorada.
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Ainda que seja a versão de entrada, o Kicks Sense tem muito a oferecer, apesar de a Nissan querer cobrar bem por isso, colocando o SUV a partir de R$ 164.990.

Isso é colocá-lo no patamar do Honda HR-V e é onde a Nissan quer estar com o Kicks de segunda geração, que se apoia no motor HR10 da Horse com até 125 cavalos e num pacote realmente interessante.
Moderno dentro e fora
Com moderno, o Kicks Sense aposta nos detalhes escurecidos para chamar a atenção e consegue, com seus faróis full LED e lanternas em LED, num arco mascarado.
Tendo uma carroceria volumosa, o Novo Kicks mostra que é realmente grande, embora não tanto quanto aparente, exibindo uma linha de cintura alta e colunas C com o nome do carro vazado.

A atenção a este detalhe mostra que a Nissan de fato elevou o Kicks a outro nível, exibindo ainda rodas aro 17 polegadas de design esportivo e freios a disco nas rodas traseiras.
Retrovisores pretos e outros detalhes levam da versão Sense a sensação de pobreza nata das opções de acesso. Aqui, o recado é manter um padrão mais premium e conseguiram.
Dentro, o ambiente também corrobora para isso, com um vistoso painel com material soft, tecido de boa qualidade, bem como frisos e detalhes em cinza.
A aparência com os dois conjuntos de telas, lembrando que o cluster digital é dividido de fato em dois displays, enquanto a multimídia segue em tela única, enaltecem a proposta de sofisticação do Kicks.

Nisso tudo, obviamente, destoa o volante sem couro, ainda que de boa empunhadura, enquanto o ar condicionado automático contribui para a proposta.
O console alto e reto, em perpendicular ao painel, não nos deixa se afastar da semelhança de disposição com o Renault Kardian, ainda que o acabamento esteja bem distante entre os dois.
No Kicks Sense, botão de partida ao lado dos botões do câmbio, com direito a modos de condução e um slot para smartphone (sem recarga indutiva nessa versão), seguem o plano.
Com instrumentação configurável e de fácil manuseio, bem como a bela apresentação da multimídia, com conexão sem fio para Android Auto e, claro, CarPlay, o Novo Kicks tem uma boa evolução no conjunto frontal.

Todavia, algo que os clientes dessa versão pagarão para os revendedores ou lojas especializadas é a troca do acabamento em tecido nos bancos e, em especial, nas portas, onde é mais simples.
Este é o maior demérito, no caso das portas, do Kicks Sense e obviamente quem vende revestimentos em couro fará a festa com ele, especialmente para clientes PcD devido ao preço do carro. Isso, porém, não tirará a profusão de plásticos duros no restante das portas.
Falando nos bancos, são estreitos e não seguram bem o corpo, enquanto atrás cumprem a função com direito a encosto bipartido.
O espaço para as pernas atrás não é dos melhores e não há saídas de ar condicionado nessa área. Mesmo com luzes de LED no teto, não existem luzes nos espelhos e o retrovisor interno é simples.

Já o bagageiro de 470 litros é mais que suficiente para qualquer amante de SUVs compactos, perdendo em 5 litros para o sempre enaltecido Renault Duster, nesse quesito, é claro.
Boa, apesar dos números
Se até aqui o Novo Kicks Sense parece algo a considerar, mesmo com alguns pecados cometidos no acabamento e no aproveitamento de espaço para as pessoas, o dirigir é outra coisa.
Equipado com o motor Horse HR10 produzido pela Nissan sob licença, o Novo Kicks segue o primo Renault Kardian com este propulsor de três cilindros com turbo e injeção direta.

Com 999 cm³, ele entrega 120 cavalos na gasolina e 125 cavalos no etanol, ambos a 5.000 rpm. Nos torques, 20,4 kgfm a 2.000 rpm e 22,4 kgfm a 2.500 rpm, respectivamente.
Usando uma caixa automatizada de dupla embreagem EDC da Renault com seis marchas, o Novo Kicks foca mais na economia que no desempenho, tanto que o motor tem Start&Stop.
Mesmo indo de 0 a 100 km/h em 12,4 segundos como se fosse o desnutrido HR16DE, o Novo Kicks mostra que o câmbio longo ajuda mais na final, com 185 km/h.
No entanto, mesmo assim, no dia a dia, não é o que se vê ao dirigir este SUV “pesadão” de 1.322 kg, quase 200 kg a mais que o primeiro Kicks quando surgiu.

O propulsor sempre responde bem e, apesar de alguns trancos do EDC, mais em baixa velocidade, o Kicks de segunda geração tem um bom comportamento.
O propulsor, com etanol, entrega ótima força em baixa e não fica esticando marcha em excesso para carregar o carro, garantindo uma condução gostosa.
Na cidade, o Novo Kicks tem boas saídas e mostra agilidade nas retomadas, dando assim mais prazer ao volante, com respostas que se espera de um propulsor turbinado.
O EDC, sem os trancos eventuais, traduz bem o que o HR10 está dizendo e o carro desliza bem pelo meio urbano, mesmo em modo Eco.
No Normal, mais disposição e prazer, enquanto o Sport realmente mostra o que o motor da Horse oferece, com ronco vigoroso e ponteiro digital cortando nos 5.500 rpm. Sim, ele não é lento como o número acima diz.

Na estrada, o Novo Kicks também contradiz em parte o que é dito como oficial, com boas ultrapassagens e retomadas, sem esgoelar como um motor aspirado mais fraco com CVT.
Usando-se os paddle shifts, pode-se melhorar a sensação de força do conjunto, mas não muito. Mas, andando a 110 km/h com 2.000 rpm, o Novo Kicks mostra que o que importa é o consumo e o conforto.
Na cidade, todavia, fizemos média de 7,7 km/l no etanol, enquanto na estrada, o Kicks Sense fez ótimos 16,7 km/l a 80 km/h, 12,6 km/l a 100 km/h e 9,7 km/l a 120 km/h. Com 48 litros, a autonomia fica na casa dos 370 km cidade e 480 km na estrada, em média.
Já ao volante, o Novo Kicks tem uma direção elétrica mais responsiva e freios eficientes, enquanto todo o conjunto é ajustado para uma condução dinâmica mais apurada.

Assim, o Novo Kicks é ainda mais na mão que o anterior, apontando para onde se vira o volante com precisão e com ótima estabilidade.
Não bastasse isso, ele também tem um conjunto de suspensão bem acertada com filtro de carro médio ao enfrentar pisos ruins, garantindo assim bom conforto a bordo, onde o nível de ruído é satisfatório. Os pneus altos 215/60 R17 também ajudam nisso.
Esse comportamento dinâmico de SUV médio, com exceção da suspensão traseira por eixo de torção, reforça a boa evolução do Kicks. Junta-se a isso tudo um pacote ADAS completo para fechar o pacote.
Controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática, alerta de tráfego traseiro com frenagem, entre outros, ajudam muito, mas poderia dispor de centralização de faixa como o rival HR-V.

Há somente o alerta de faixa com correção e saída de pista com a mesma função, mais aplicação dos freios. Assim, o Novo Kicks fica devendo essa atualização para se equiparar à Honda.
Belo recheio
Sem dúvidas, o Novo Kicks surgiu para enfrentar players mais modernos no segmento de SUVs compactos, com o Honda HR-V como referência, inclusive em preço, já que o EX custa R$ 163.200.
Este tem motor 1.5 aspirado, porém, é mais rápido até 100 km/h e mais lento na final. Era isso o que o Novo Kicks deveria ter feito em números, mas não sabemos o quanto ele beberia a mais por isso.

Na versão Sense, que parece melhor para o cliente PcD, devido ao preço reduzido, o Novo Kicks apresenta um bom conjunto, embora parte do acabamento deixa a desejar, assim como o espaço atrás.
De qualquer forma, ela está longe de ser uma versão pelada e, para muitos do PcD (R$ 148.990), somente o couro nos bancos e portas lhe trarão o prazer desejado, fora os acessórios… Fora eles, existe a versão Advance por R$ 175.990, mas sem couro nas portas.
No mercado, existem opções mais em conta que o Novo Kicks, mas estes players jogam desde a faixa dos R$ 120 mil e não espere nada perto do que a versão Sense oferece. Então, a referência é o conterrâneo.
Vale a pena? Como dissemos, a versão Sense com acabamento em couro atenderá quem conseguir desconto nele e natural para quem quer esse SUV compacto de boa dirigibilidade.
Seu pacote de tecnologia e segurança são apreciáveis, além da resposta agradável de um motor turbo no cofre. Então, tirando o preço de R$ 164.990, se conseguir o desconto que for, aí sim.
Nissan Kicks Sense 2026 – Galeria de fotos
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