Praias, dunas e sol, muito sol! É isso o que boa parte dos brasileiros gostam e, num país com mais de 8 mil km de litoral, fora os muitos rios, o veículo ideal para curtir os trópicos é o Buggy.
Bem difundido no Brasil, é um tipo de veículo que não envelhece e continua a divertir turistas ou proprietários em muitos lugares paradisíacos de norte a sul do Brasil.
Hoje, assim como no passado, o trabalho artesanal mantém vivo o Buggy como um carro do verão. Praiano, este veículo essencialmente tem mecânica Volkswagen, mas adotou outras também.
O que é?
Leve, o Buggy basicamente constitui-se de um chassi tubular de aço com carroceria em fibra de vidro, bem como suspensão robusta e a confiável mecânica Volkswagen.
Os motores variam do boxer a ar até os quatro em linha refrigerados a água, sempre na traseira. Sem teto fixo ou portas, garante a liberdade que donos e turistas desejam.
No passado, o Buggy usava mecânica da VW Brasília e até podia ser rebocado por um motorhome Karmann-Mobil Safari, de tão leve que era.
No país, listamos 13 modelos de Buggy, porém, deve existir bem mais. O motivo para não encontrá-los é que muitos não possuem sites ou mesmo páginas na internet.
Assim, fica difícil saber com exatidão quantos realmente existem no país, mesmo consultando alguns sites especializados em Buggy.
Marcas e modelos
Segundo os sites dos fabricantes e outras fontes, como páginas em redes sociais, a lista abaixo relaciona marcas e modelos de Buggy atualmente em produção e comercialização no Brasil.
Algumas marcas possuem mais de um modelo e até preços sugeridos, o que é muito bom para quem está considerando em adquirir um Buggy para o lazer de fim de semana.
Marcas do passado, como Emis e BRM, por exemplo, serviram de base para vários dos modelos listados após suas produções se encerrarem.
Entre os fabricantes atuais, já existe até projeto de um Buggy elétrico, o que deve ser amplamente promovido no Nordeste, onde há muita produção de energia eólica e solar.
Selvagem Buggy
A Selvagem é uma marca criada no Rio Grande do Norte e consta que existe há pelo menos 45 anos, fabricando o Buggy para a região. Ela não tem um site dedicado e as informações provêm das redes sociais.
Bem simples, usa mecânica Volkswagen a ar e carroceria com linhas sinuosas nas laterais, assim como cobertura em lona parcial ou integral, com vigias transparentes.
Também apresenta faróis quadrados e lanternas com quatro lentes separadas em cada conjunto. O modelo, sem descrição, tem bancos esportivos, faróis de neblina e rodas de liga leve.
Pode-se adicionar engate frontal para o Selvagem ser rebocado. Preço: R$ 45.000 na Tabela Fipe.
Essa é a marca que quer fazer um Buggy elétrico, já tendo iniciado o projeto, que terá autonomia de 200 km.
Fyber 2000
A Fyber é uma fabricante de Buggy que está estabelecida no Ceará, tendo no mercado nacional dois modelos: 2000 e Star. A empresa basicamente usa mecânica Volkswagen, mas de épocas diferentes.
No caso do modelo Fyber 2000, o cliente pode escolher entre a mecânica a ar 1600, sendo o motor novo (montado) e com peças remanufaturadas, como cambio e suspensões da VW.
Este modelo sai por R$ 69.000, sendo o mais “purista” da gama da Fyber. Por uma diferença de R$ 1.000, pode-se levar o Fyber 2000 com motor VW AP 1.8, incluindo câmbio e suspensão.
Todavia, assim como na mecânica a ar, essa propulsão refrigerada a água usa peças remanufaturadas, mesmo o motor, visto não ser mais produzido. Custa R$ 70.000.
Fyber Star
O Fyber Star é o mesmo modelo acima, porém, com mecânica VW mais moderna. Tem uma versão com motor EA111 1.6 Flex, sendo este adquirido novo. Contudo, o Star 1.6 Flex tem peças remanufaturadas.
O eixo dianteiro é de Fusca, enquanto o câmbio vem da Kombi 1.4 e a suspensão da clássica da VW com homocinéticas. Como um alento, o painel é digital e o preço é de R$ 75.000.
Já o Fyber Star tem esse mesmo motor, porém, com suspensão dianteira de duplo “A”, assim como a traseira, igualmente com duplo “A”.
Os freios a disco nas quatro rodas são um destaque, assim como painel digital. O cambio de cinco marchas é do VW Gol e o preço é de R$ 85.000.
Super Buggy
O Super Buggy é fabricado em Japeri-RJ e tem duas versões de motorização, porém, o modelo tem visual moderno, com frente dotada de máscara negra e para-lamas ressaltados.
Pesando de 820 kg, o Super Buggy tem mecânica VW 1.6 Flex com câmbio manual de cinco marchas. As rodas de liga leve são de aro 15 polegadas. O preço é de R$ 99.600.
Com rodas de liga leve estilosas, tem bancos em couro e linhas bem sinuosas, além de alças anticapotamento na traseira, entre outros.
Super Buggy Cross TSI
Já o Super Buggy Cross TSI pode-se dizer ser um “Super Buggy”. Diferente do modelo acima, este tem painel do VW Up! TSI, inclusive a multimídia, acessório também presente no modelo 1.6 Flex.
Usando motor EA211 1.0 TSI de até 105 cavalos e 16,8 kgfm, o Super Buggy Cross TSI tem rodas de liga leve esportivas R Line, retrovisores aerodinâmicos e capota vermelha. Preço? R$ 199.800.
G.L.M. Buggy M11
A G.L.M. Buggy M11 tem um visual moderno e faróis duplos com um visual bem expressivo, tendo ainda suspensão dianteira com duplo “A”, assim como traseira com braços arrastados.
Ele também tem freios a disco nas quatro rodas, bem como motor Volkswagen EA111 1.6 Flex com transmissão manual de cinco marchas. O preço não foi divulgado.
Bugre VII
A Bugre é a marca mais antiga em produção no país e lançou seu primeiro Buggy em 1970.
Após 11 modelos e um projeto, a empresa agora vende o Bugre VII, que tem chassi tubular em duplo “U”.
Utilizando componentes novos, o Bugre VII tem motor 1.6 Flex da VW e transmissão manual de cinco marchas.
Tendo quatro faróis amarelos na frente e lanternas de Fiat Strada atrás, ele agrada visualmente.
Seu preço é de R$ 67.890 e tem garantia para mecânica de seis meses e pintura com 12 meses.
Baby Buggy RS
O Baby Buggy RS é a opção de entrada do fabricante Beach Buggies e Lanchas, que há 25 anos produz esse tipo de veículo.
O RS tem motor boxer a ar 1600, rodas de liga leve aros 14 polegadas na frente e 15 polegadas atrás, tendo ainda injeção eletrônica remapeada.
Esse modelo RS da Baby Buggy sai por R$ 45.154.
Baby Buggy RS Adventure Top
Com rodas cromadas aro 15 polegadas, o Baby Buggy RS Adventure Top tem a mesma mecânica, mas com pneus maiores, chegando a 31 polegadas atrás.
Igualmente tendo chassi tubular próprio, o modelo vem com capota de chuva e tem cores chamativas, assim como bancos esportivos.
O preço dessa versão não foi divulgado, mas provavelmente é maior que o do modelo RS.
Baby Buggy RS Evolution
Já o Baby Buggy RS Evolution é o RS, mas com motor Volkswagen AP 1.8 novo, provavelmente montado, tendo ainda suspensão reforçada e rodas cromadas aros 14 polegadas na frente e 15 atrás.
Com carburador, esse veículo tem câmbio manual e outros equipamentos, como fonte para carregamento de celular, painel completo e bancos Procar.
O preço dessa versão é de R$ 60.205.
Buggy Cauype
Localizada em Fortaleza, a Buggy Cauype produz um modelo com linhas simples e vincos acentuados nas laterais. Com visual agradável e jovial, o pequeno veículo inspira acelerar pelas dunas.
Ele chama atenção por ter capota de fibra no teto em vez de lona e suas rodas estilizadas em cor branca também se destacam.
Com barra de impulsão na frente e faróis de neblina, o Cauype tem ainda bancos esportivos em estilo concha e cores vivas.
Tendo um chassi tubular desenvolvido pela empresa, o Buggy Cauype tem motor VW 1.6 refrigerado a água com dois radiadores imensos na parte traseiro, evidenciando as altas temperaturas do Ceará.
O preço não foi divulgado.
Fibravan Off Road
O Fibravan Off Road é outro Buggy de origem nordestina, sendo feito também em Fortaleza. Ele tem mecânica a água da VW, sendo essa composta por um AP 1.8 com carburador.
Utiliza suspensão de Fusca na frente e Kombi atrás, tendo ainda câmbio manual. Com visual simples, o Fibravan Off Road tem ainda versões VIP e Plus.
Por lá, chama atenção por ter bancos de fibra individuais, sendo os traseiros (3) bem elevados. O preço sugerido é de R$ 85.176.
Buggy New Boog
Trata-se de um Buggy estiloso feito em Pirassununga, interior de São Paulo. Feito pela Metal Nobre, chama atenção não só por seu visual arrojado, mas pela mecânica que emprega.
Com para-brisa curvado, faróis duplos saltando sobre os para-lamas e colunas traseiras curvadas como em um Fusca da última geração, o New Boog tem motorização Toyota.
Um propulsor de quatro cilindros da marca japonesa é acoplado a uma caixa manual da Volkswagen. Único Buggy a não dispor de mecânica VW na lista, o New Boog custa R$ 68.500.
O que diz a legislação?
O Buggy, segundo o Contran, é considerado um veículo automotor como um automóvel comum. Por isso, ele está sujeito às regras de segurança impostas aos carros tradicionais.
Assim, os Buggys são obrigados a ter todos os equipamentos básicos de segurança, tais como faróis (com lanternas), piscas, lanternas traseiras e para-choque (podendo ser uma barra de impulsão).
Além disso, o para-brisa precisa dispor de limpador e lavador, assim como na parte interna, pelo menos para o condutor, é necessário um para-sol retrátil.
Cintos de segurança para até cinco pessoas são admitidos, tal como é obrigatória a barra anticapotamento, muito usada pelos turistas que não necessariamente ficam sentados no banco traseiro…
A instrumentação básica, assim como buzina e demais itens de informação, devem constar.
Na mudança da Resolução n.º 291 do Contran, de 2008, o Buggy foi obrigado a “possuir código de marca/modelo/versão específico”.
Ou seja, assim como um carro de produção em série, a carroceria de fibra de vidro do Buggy tem que constar uma plaqueta de identificação, descrita acima.
Para quem quer um Buggy, outra atenção é em relação ao documento. No CRLV, a Certidão de Registro e Licenciamento de Veículo, deve constar no nome do carro, o termo “Buggy”.
O Buggy, por ser considerado um veículo automotor, não está limitado quanto à circulação por vias públicas.
Ele também pode circular por rodovias e, no caso de praias, apenas nas quais a legislação municipal autorize a circulação de veículos automotores na faixa de areia.
O mesmo em relação aos parques nacionais, estaduais ou municipais, assim como áreas de preservação que liberem a circulação de veículos a combustão.
Para conduzir um Buggy, no caso como proprietário ou emprestado do dono, a CNH mínima exigida é de Categoria B, como num automóvel de passeio.
Já o aluguel, segundo empresas do setor, só é feito mediante condutores acima de 21 anos, mais as exigências de cada locadora. Isso, contudo, pode variar de acordo com a empresa.
Devidamente vistoriado, um Buggy é obrigatoriamente emplacado e deve recolher os tributos comuns, como IPVA, Licenciamento, DPVAT e multas, se houver.
A história do carrinho
Criado por Bruce F. Meyers no final dos anos 60, o Buggy surgiu da necessidade do surfista e fabricante de barcos, de dispor de um veículo leve, aberto e útil para levar sua prancha até a praia.
Assim, Meyers projetou um pequeno carro sem teto, tendo apenas uma barra anticapotamento e um para-brisa, além de carroceria de fibra de vidro.
Utilizando técnicas de construção naval com fibra de vidro, Meyers criou o Meyers Manx, o primeiro Buggy que se tem notícia e com mecânica VW a ar, sendo 1200, 1300, 1500 ou 1600.
Rapidamente o pequeno carro de Meyers fez sucesso e ele até criou uma empresa para produzi-lo em massa. Esta fechou em 1971, mas várias empresas pelo mundo replicaram sua ideia, especialmente aqui.
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