Nesta sexta-feira, dia 25, China e União concordaram em continuar as negociações para buscar uma alternativa viável para os dois lados, em relação à sobretaxa do continente para carros elétricos chineses.
O aceite por parte de Bruxelas em continuar as conversas dá tempo a Pequim para que mais carros possam chegar aos portos do velho continente e assim ficarem lá pelos próximos meses esperando por uma solução comercial para o embate.
Na próxima semana, a União Europeia dá início à contenção da invasão chinesa de carros elétricos nos 27 mercados do bloco e, por consequência, influencia mercados próximos, como Reino Unido e Turquia.
Bruxelas diz que manterá a sobretaxa de até 35,3% para os fabricantes acusados de obter subsídios ilegais de Pequim, porém, mesmo depois disso, a sede da União Europeia pode continuar as negociações.
Um dos pontos que estão sendo abordados, seguindo a Reuters, é um preço mínimo para os carros elétricos chineses, obviamente mais alto que os fabricantes do gigante asiático gostariam, mas que garantiria uma equidade de condições com os elétricos europeus.
Não se sabe exatamente qual seria esse limite mínimo e nem mesmo se os chineses estariam prontos para isso, mas outro ponto importante que está sendo abordado são os investimentos em produção na Europa.
Cotas, créditos ou algo nesse sentido poderiam sair da mesa de negociações direto para os terminais portuários da Europa, beneficiando somente as chinesas que estão introduzindo fábricas no continente.
Seria uma forma de compensação pelo grande investimento recebido, como acontece no Brasil. Os comissariados para o comércio de China e UE declararam: “Os diretores concordaram que novas negociações técnicas ocorreriam em breve”.
Atualmente, já foram realizadas oito rodadas de negociações e ainda há “lacunas significativas”. Para os dois lados, as negociações são vantajosas.
A União Europeia receberá mais investimentos em produção, com países como a Itália desejando aumentar seus volumes nacionais a qualquer custo, enquanto a China evita uma barreira potencialmente perigosa, uma vez que já tem os EUA fora de seu alcance. Grandes fabricantes europeus já se posicionaram contra a sobretaxa.
Pequim pode retaliar, mas isso colapsaria seu mercado interno, uma vez que fabricantes europeus e americanos ainda são importantes para manter o volume à medida que marcas locais menores (e também de fora, como a Mitsubishi) vão saindo do mapa chinês.
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