Uma concessionária da Honda no Condado de Prince George, em Maryland, EUA, concordou em pagar US$ 3 milhões ao procurador-geral do estado e reembolsar alguns clientes após um acordo em um processo que acusava a empresa de cobrar taxas fraudulentas.

O processo contra a DARCARS Honda de Bowie foi movido no ano passado pelo procurador-geral Anthony G. Brown, que alegou que a concessionária violou a Lei de Proteção ao Consumidor de Maryland ao adicionar uma taxa extra de 2% sobre o valor dos carros, rotulada como “comissão de vendas”.

A empresa afirmava que essa taxa era “opcional”, mas, na prática, ela era cobrada de todos os compradores.

A concessionária, localizada na 2260 Crain Highway, em Bowie, terá que reembolsar todos os clientes que foram cobrados indevidamente entre 1º de janeiro de 2019 e 10 de maio de 2022.

Além disso, qualquer produto adicional adquirido na DARCARS após 1º de janeiro de 2019 também será incluído no acordo.

Renee Boyd Rogers, moradora de Centreville, Maryland, está entre os clientes que esperam receber seu dinheiro de volta. Ela percebeu a cobrança da “comissão de vendas” ao assinar os papéis do contrato, mas o vendedor minimizou suas preocupações.

“O gerente me disse que era uma nova lei e que agora o comprador pagava a comissão de vendas”, relatou Rogers. “Expliquei que sou viúva recente, vivo com uma renda fixa e esse valor não estava no meu orçamento. Ele respondeu que a quantia seria incluída no financiamento, então, tecnicamente, eu não pagaria isso do meu bolso.”

Ela contou que tinha pouco tempo para comprar um carro novo, pois sua seguradora não cobriria mais os custos do aluguel do veículo de substituição.

“Então, assinei relutantemente. Quando contei para o meu filho depois, ele ficou muito bravo e queria ir até a concessionária, mas eu não deixei”, disse Rogers.

Até sexta-feira, Rogers ainda aguardava retorno dos advogados envolvidos no caso.

“DARCARS é obrigada a reembolsar todas as taxas de ‘comissão de vendas’ que cobrou dos consumidores”, afirmou o procurador-geral Brown. “Além disso, a concessionária deve devolver a diferença entre o preço anunciado e o preço real de venda do veículo para os consumidores que apresentarem pedidos válidos de reembolso.”

O procurador-geral acrescentou que os clientes elegíveis para reembolso serão contatados por uma administradora de reclamações terceirizada ou poderão ligar para a divisão de proteção ao consumidor de seu escritório.

“DARCARS não pode mais vender produtos adicionais aos consumidores sem divulgar de forma clara e visível o preço total do veículo sem qualquer custo extra ou cobrança por esses produtos adicionais”, declarou Brown.

Apesar do acordo, a DARCARS Honda de Bowie negou ter violado qualquer lei e afirmou que o pagamento não representa uma admissão de culpa.

“Embora a Honda de Bowie tenha chegado a um acordo com o escritório do procurador-geral, estávamos totalmente preparados para provar em tribunal que nossas práticas estão de acordo com a lei e os padrões da indústria”, disse um porta-voz da concessionária.

“A resolução de hoje é simplesmente uma decisão comercial para evitar os custos e distrações de um litígio.”

Esse acordo ocorre enquanto o procurador-geral Brown já tem um processo aberto contra outras concessionárias da região, incluindo a Lindsay Automotive, que opera a Ford em Wheaton, Maryland, e a Chevrolet em Woodbridge, Virgínia.

No caso da Lindsay, um documento de 26 páginas alega que 88% dos veículos vendidos entre 2020 e 2023 foram superfaturados.

Um consumidor chegou a reservar um voo da Pensilvânia depois de ver um Chevrolet Camaro anunciado pela Lindsay Chevrolet por US$ 42.538, incluindo um desconto de US$ 9.337″, diz a denúncia.

“Mas, ao chegar à concessionária, um funcionário se recusou a vender o carro pelo preço anunciado… No fim, o cliente pagou US$ 5.445 a mais do que o valor promocional divulgado pela Lindsay.”