Há 28 anos, o Toyota Prius começou sua jornada. De lá para cá, o híbrido mais conhecido (e subestimado) do planeta acumulou mais de 6 milhões de unidades vendidas e uma reputação sólida como símbolo de eficiência e confiabilidade.
Mas será que, passado tanto tempo, ele merece ser visto como algo mais do que a escolha padrão de motoristas de aplicativo e taxistas urbanos?
A resposta é sim — e com folga. O Prius foi alvo de piadas, chamado de “Pious” por entusiastas de motores convencionais, que zombavam do entusiasmo dos primeiros adeptos com sua proposta ecológica.
Ao mesmo tempo, virou queridinho de Hollywood, transportando celebridades como Leonardo DiCaprio pelas ruas de Los Angeles. Amor e ódio em igual medida.
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Por trás da aparência discreta de suas primeiras gerações, o Prius sempre escondeu uma engenharia ousada. Enquanto a Europa apostava em motores a combustão em carrocerias leves, o Japão foi direto ao ponto com soluções híbridas sofisticadas.
Ao contrário de concorrentes como o Honda Insight ou o Audi A2 — ambos tecnicamente avançados, mas fracassos comerciais — o Prius conseguiu unir inovação e apelo prático.
Seu trem de força híbrido sempre foi mais complexo do que parecia.
Com dois motores elétricos — um para tração, outro para geração — e um divisor de potência que simula um CVT por engrenagens planetárias, o Prius operava como um sistema híbrido em série e paralelo, dependendo da situação.
Tudo isso em um carro que parecia um sedã qualquer por fora.
Mesmo ao dirigir hoje um Prius da primeira geração, há algo surpreendentemente atual na forma como ele se comporta. Ele arranca em silêncio, transita entre eletricidade e gasolina de forma suave e ainda entrega mais de 21 km/l com facilidade.
Seu único pecado está nas respostas pouco inspiradas ao volante e nos freios regenerativos de atuação inconsistente.
A boa notícia é que o novo Prius resolveu isso — e muito mais. Depois de ser ignorado pela Toyota em alguns países, com o fim da quarta geração, o modelo renasceu como plug-in e com um visual arrojado que, dependendo da cor, parece até saído de um cenário de Blade Runner.
A carroceria elegante esconde um conjunto ainda mais eficiente, com motor mais potente, melhor dinâmica e uma bateria que garante até 85 km de autonomia elétrica.
Com 220 cv, o novo Prius acelera com vigor e entrega respostas muito mais lineares, deixando para trás a sensação “borrachuda” dos antigos CVTs.
A direção ficou precisa, a suspensão mais refinada e até os freios estão no ponto. Um Prius que diverte? Sim, finalmente.
A comparação com marcas icônicas como Citroën e Saab não é gratuita. O Prius segue uma filosofia própria, sempre na contramão das tendências, buscando eficiência com soluções que privilegiam a lógica sobre o modismo.
Ao contrário de muitos EVs atuais, que compensam o peso com baterias gigantes, o novo Prius pesa apenas 1.545 kg — um feito num mundo dominado por SUVs de duas toneladas.
Se você é apaixonado por inovação, engenharia inteligente e carros que realmente fazem sentido, o Prius é daqueles modelos que merecem respeito.
Após 28 anos, ele provou que não é apenas funcional, mas também visionário.
Goste ou não, o Toyota Prius é um dos carros mais influentes do nosso tempo — e ainda tem muito para mostrar.
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