
O mercado chinês de veículos elétricos vive uma nova fase marcada por consolidação e parcerias estratégicas em meio ao excesso de concorrência e à desaceleração da demanda.
A Leapmotor, uma das montadoras de EVs que mais crescem no país, anunciou um acordo para vender ações no valor de 3,74 bilhões de yuans (cerca de R$ 2,9 bilhões) ao grupo estatal FAW.
Com a transação, a FAW passa a deter 5% da Leapmotor, fortalecendo sua presença no setor elétrico e respondendo a pressões do governo chinês para unir forças entre fabricantes locais.
O acordo ainda depende da aprovação do órgão regulador de valores mobiliários da China, o que pode levar alguns meses.
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Com mais de 100 marcas disputando espaço ao mesmo tempo no mercado chinês de elétricos, a proliferação de modelos levou a uma guerra de preços prolongada e à queda da rentabilidade em toda a cadeia automotiva.
O governo chinês tem incentivado montadoras estatais como a FAW a investir ou consolidar empresas privadas para evitar colapsos e manter a competitividade global.
A Leapmotor, por sua vez, se destaca como uma das poucas fabricantes chinesas de EVs que já operam no azul.
Com modelos acessíveis voltados para famílias e foco em SUVs compactos, a marca viu suas vendas dobrarem nos primeiros 11 meses de 2025 em comparação com o ano anterior.

A empresa superou sua meta anual de 500 mil carros vendidos antes mesmo de dezembro terminar.
A parceria com a FAW deve ajudar a Leapmotor a manter o ritmo de crescimento e ampliar sua atuação global, especialmente após o início da joint venture com a Stellantis, que tem o objetivo de distribuir os modelos da marca fora da China.
Zhu Jiangming, fundador e CEO da Leapmotor, afirmou que a empresa pretende vender 1 milhão de veículos em 2026 e alcançar a marca de 4 milhões de unidades anuais dentro de uma década.
A declaração foi feita por meio de um comunicado publicado no perfil oficial da montadora no WeChat.
O aporte bilionário da FAW representa não apenas uma aposta em um player em ascensão, mas também um passo decisivo no movimento mais amplo de consolidação que está moldando o futuro do setor automotivo chinês.
Com a guerra de preços ainda em curso e uma competição feroz por margens, o envolvimento de gigantes estatais sinaliza uma nova fase de estabilidade — e possivelmente, de menos marcas no mercado nos próximos anos.
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