Honda Accord Touring: Por R$ 332.400, tem conjunto moderno e interior quase impecável

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O Accord sempre foi (e ainda é, para alguns) um sedan sonho de consumo, elegante, completo e com a robustez que a Honda oferece.

Atualmente, ficou ainda mais exclusivo, visto que a pequena parcela do mercado que pode pagar por ele normalmente opta por SUVs ou até alguns sedans importados de “luxo”.

Avaliamos uma unidade do modelo na concessionária e trouxemos os detalhes para você.

O Accord é vendido hoje em versão única “Touring”, que parte de R$ 332.400,00 e vem de série com:

Suspensão traseira independente multi-link, rodas aro 18”, direção elétrica progressiva, teto solar, lanternas e faróis em LED, retrovisores com rebatimento elétrico, grade dianteira ativa, sensor de chuva, controle de tração e estabilidade, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, assistente de frenagem de emergência, 8 airbags, assistente de redução de ponto cego, ABS com EBD, freio de estacionamento eletrônico, ajuste automático do farol, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de mitigação de colisão, sistema de permanência de faixa, cancelamento ativo de ruídos, sistema de áudio premium BOSE, banco do motorista e passageiro com ajuste elétrico, ar-condicionado digital dual-zone, multimídia de 12.3” com Android Auto e Apple CarPla, cluster digital de 10.2”, carregador por indução, bancos em couro, câmera de ré, partida remota, retrovisor eletrocrômico e mais.

Powertrain híbrido é moderno

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Para os saudosistas como eu, o fato do Accord não ter mais um motor V6 é um tanto quanto triste, mas o powertrain híbrido tem suas vantagens (consumo e silêncio).

Ele alia o motor 2.0 16v de 146 cv e 19,2 kgfm de torque ao motor elétrico de 184 cv e 34,1 kgfm de torque.

Com esse conjunto, faz o 0 a 100 km/h na casa dos 8,5 segundos, com velocidade máxima de 188 km/h.

Talvez para o nicho atual que a montadora atenda, esses são bons números, mas particularmente julgo um carro de mais de R$ 300.000,00 com esses números bem lento.

São poucos os rivais do Accord, e a grande maioria tem um apelo mais esportivo, por isso a comparação é um tanto quanto desproporcional.

A BMW 320i parte de R$ 322.950,00 e tem aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 7s, com velocidade máxima de 240 km/h, bem superior.

A Mercedes C200 custa um pouco mais, partindo de R$ 376.900,00, tem velocidade máxima de 246 km/h.

No quesito consumo, o Accord faz 17,8 km/l na cidade e 16,1 km/l na rodovia, com gasolina.

A 320i é flex e faz 7,2 km/l na cidade e 9,0 km/l na rodovia, enquanto na gasolina faz 10,4 km/l na cidade e 13,1 km/l na rodovia.

A C200 faz 11,1 km/l na cidade e 13,9 km/l na rodovia, somente na gasolina também.

Sedan (ou fastback?) de respeito

O Accord eventualmente agrada a um público seleto, talvez boa parte do mercado prefira uma BMW nessa faixa de preço (o que é compreensível do ponto de vista desempenho e status).

Independente de gosto pessoal, é fato que o modelo é um carro louvável, de se olhar e admirar, independentemente das ressalvas.

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Na dianteira, os faróis achatados ficam inseridos em um rebaixo, recebem acabamento escurecido e deixam o modelo com aspecto sóbrio e moderno.

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Eles são unidos pela grade dianteira que tem função aerodinâmica ativa, mudando seu coeficiente de acordo com a demanda.

Ela tem acabamento preto brilhante, com recortes triangulares.

A porção inferior do para-choque tem acabamento em preto fosco, preto brilhante e prateado.

O capô é extenso, terminando em um “bico” quadrado, com arestas um tanto quanto pontudas e levemente projetadas sobre a grade, deixando o visual agressivo.

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As rodas de aro 18” são extremamente bonitas, com fundo preto e face diamantada, na medida, nem mais, nem menos, num desenho clássico de 5 “gomos”.

Eventualmente calçado nessas mesmas rodas, porém no aro 19” ficaria esteticamente melhor, mas o conforto poderia ser alterado, especialmente considerando nossas ruas padrão superfície lunar.

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Na lateral, um acabamento em preto brilhante acompanha toda a porção inferior, formando a “saia” lateral e agregando mais sofisticação.

As janelas têm um acabamento cromado, trazendo um pouco mais do aspecto clássico para a lateral.

O teto solar tem dimensões comedidas, igualmente trazendo um ar classudo para o modelo.

O teto começa a cair logo ao final da coluna “A”, numa curva uniforme, que acaba somente ao final da carroceria, deixando o carro sem “bunda”.

O Accord não é o típico sedan de queda acentuada do teto, com uma mudança brusca na angulação ao encontrar o porta-malas, tornando-o quase um fastback.

A tampa do porta-malas termina numa leve “arrebitada”, formando um mini aerofólio, num arremate preciso e bonito.

A traseira é, para mim, o grande acerto do modelo, desde o já citado formato da carroceria e arremate até o restante.

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As lanternas são provavelmente as mais bonitas da categoria (talvez do mercado até essa faixa de preço).

Com lentes escurecidos, pontiagudas na porção inferior que percorre a lateral, são unidas entre si por um acabamento escuro e um filete de LED, que chega quase até o emblema da Honda, centralizado no conjunto.

A porção inferior do para-choque recebe acabamento em preto também.

Interior (quase) impecável

Não, o Accord não tem muita perfumaria, com itens ultra chamativos, luxuosos, coloridos e piscando, ele tem o que podemos chamar de um interior de carro de verdade, com o perdão dos amantes dos frufrus.

Apenas dois itens desagradam, partindo da premissa de que ele tem uma pegada sofisticada, mas remetendo ao clássico: o cluster digital, que não tem nenhuma personalidade, e a multimídia, mas calma, vamos falar sobre eles.

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As forrações de porta são um prelúdio do que esperar do modelo, bonitas, simples, bicolores e com atenção aos detalhes.

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Os bancos espaçosos, confortáveis, têm couro claro em toda sua extensão, são sóbrios e sem apelo ou exagero, cumprem sua função de forma discreta e bonita.

O apoio de braços central é grande e recebe acabamento claro, idem aos bancos.

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O volante é totalmente circular, com acabamento em couro de qualidade perceptível, tem acabamento em preto brilhante e prateado nos raios e centro hexagonal.

Vamos ao primeiro “erro” do Accord, o cluster digital, sim, ele é uma demanda do mercado, muito mais funcional que o analógico, mas… visualmente não tem a presença ou a personalidade de um cluster com ponteiros.

Talvez um conceito misto, afinal, espaço há, com velocímetro e tacômetro analógicos, trazendo a classe e sofisticação, e uma região central digital, trazendo as funções, seria algo notável, se bem feito.

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O segundo “erro” fica bem ao lado, a multimídia parece uma tela de cinema, desnecessariamente comprida, apesar de bem construída.

O painel tem um conceito minimalista, fluído, com uma grade que toma toda a porção do meio, de fora a fora, extremamente agradável e moderna.

Esse conceito é quebrado pela multimídia grande, fixada no topo do conjunto, sinceramente não vejo como fazer diferente, e qualquer opção seria taxada como retrógrada, mas que ela quebra o visual do painel, quebra.

Os comandos do ar-condicionado têm acabamento em preto brilhante, harmonizando perfeitamente com o restante do conjunto.

Uma pequena porção inferior do painel recebe couro claro, trazendo mais sofisticação.

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O console central é largo, tem recursos como carregador por indução, seleção dos modos de condução e freio de estacionamento eletrônico, além de também ter acabamento em couro claro.

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No banco de trás, o espaço para as pernas é bom.

Vende pouco

Infelizmente, o mercado de sedans grandes vai de mal a pior, seja pelo preço exorbitante, seja pela hegemonia dos SUVs.

Aqui a história é curta, dos doze modelos listados no ranking, apenas 5 emplacaram mais de 100 unidades no acumulado janeiro a junho de 2024.

O Accord ficou em quinto, com 125 unidades emplacadas no período.

Porsche Panamera em quarto com 214, em terceiro a BMW 330E emplacou 223.

A Mercedes Classe C emplacou 804 e a líder, BMW, com o 320i, emplacou 2.415 unidades.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.